• Não tem nada a ver!

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  • 23/01/2020 12:26

    As redes sociais são um celeiro de boas ideias para meus artigos. Semana passada, em um grupo de influenciadores de opinião, surgiu a pérola grafada desta maneira: “Isso não tem nada ‘haver’ (sic) com economia…” Diante do erro, tive a exata noção da dificuldade de usar o verbo haver e outras palavras ou expressões que confundem o falante na hora da escrita.

    Para mim, (no meu entendimento) isso acontece porque tais expressões são parecidas na sonoridade e, na escrita, a diferença está nos detalhes. A fim de (com o objetivo de) dissolver alguns enganos corriqueiros, falarei hoje de assuntos afins, isto é, semelhantes. Por meio de um jogo de ideias, vou assinalando o uso adequado de palavras e expressões que, habitualmente, percebo serem utilizadas de maneira equivocada.

    Vamos imaginar ser tudo uma grande brincadeira. Em vez de (em lugar de) falar sério, hoje resolvi ir de encontro a (ir contra) tudo o que você decorou no tempo de escola. Pode até pensar que seu sacrifício não valeu a pena (sem crase). Na verdade, estou a par (ciente) do seu esforço para falar e escrever corretamente. E ao invés de (ao contrário) achar ter aprendido tudo errado, acredite: muitos usos do português escrito vão ao encontro da (estão de acordo com) língua falada.

    Ao nível da (no nível, no âmbito) linguagem oral, expressões como “a nível de” e “menas”podem até parecer corretas, mas (porém) demonstram pouco conhecimento do idioma materno. Há (existem) muitas pessoas que precisam de uma reciclagem, pois há (tempo passado) muito tempo não estudam e nem possuem o hábito da leitura.

    Ao contrário do que muitos podem pensar, e até afirmar, as expressões mais bem, mais mal podem ser usadas antes de particípios, como nos exemplos: “os políticos são mais bem remunerados, enquanto os professores mais mal assalariados. A remuneração deles deveria ser ao par (paridade comercial) daquela recebida pelos políticos”. Essa forma de usar tais expressões pode soar (emitir som) estranha, porém não é errada. Você não precisa suar (suor) de nervoso!

    Do mesmo modo, as expressões mais grande, mais bom são aceitas quando comparamos as qualidades de uma mesma pessoa. Assim, João é mais grande do que pequeno; o menino era mais bom aluno do que mau. Já a forma mais pequena é característica da linguagem lusitana: a Lua é mais pequena do que a Terra. No Brasil, usamos “menor”. Fora os casos citados, devemos optar por melhor, pior, maior, menor e jamais use ‘mais ruim’.

    Através dessa brincadeira com as expressões mais corriqueiras e com as quais pode haver (ocorrer) confusão, tentei mostrar o quanto sua aplicação, geralmente, não tem nada a ver (não tem relação com) com o seu significado, usando-as corretamente. A meu ver, (na minha opinião) escrever e falar errado o próprio idioma não tem nada a ver. Não faz sentido!

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