
Não corra que tudo cai…
Essa também é mais uma da série “É cada besteira”! Corrida faz cair peito e glúteos…. Não é verdade! Aliás, o que faz cair o peito e os glúteos é o sedentarismo. O movimento dos braços na corrida estimula os músculos do peitoral que dão sustentação aos seios deixando-os mais firmes. As mamas não têm músculos sendo compostas por tecido adiposo (gordura), conectivo e glândulas mamárias. Todo mundo sabe que a corrida emagrece e as mamas também diminuem de tamanho porque perdem gordura.
Essa questão remete à comparação com as atletas de elite, que são extremamente magras e quase (sem peito) porque fazem treinamento de alto rendimento. Quanto aos glúteos acontece justamente o contrário. É o grupo muscular que na evolução da espécie humana se desenvolveu para permitir percorrer longas distâncias. Entendam isso de vez. Os glúteos são os músculos da corrida e ponto. O que faz “cair os glúteos” é o sedentarismo. Falam também, sem base, que a corrida faz cair os níveis de testosterona. Não há nenhuma evidência que a corrida diminua os níveis de testosterona assim do jeito que falam os “achistas”.
O que se sabe é que corridas curtas de alta intensidade, assim como musculação com séries únicas e pesadas, aumentam os níveis de testosterona, e que maratonas podem sim, diminuir os níveis do hormônio, mas é temporário, Simões, H.G. et al. (2004).
Estudos com ratos mostraram que a secreção de testosterona de forma aguda se deve, entre outros fatores, a presença de lactato nos testículos. Pesquisadores injetaram lactato sanguíneo nos testículos de ratos o que estimulou a secreção de testosterona. Logo, conclui-se que treinos curtos de alta intensidade AUMENTAM níveis de testosterona tanto em homens quanto em mulheres, respectivamente nos testículos, ovários e glândulas adrenais. Essa coisa de influenciadores falarem “cada besteira” atrás de “likes” está caindo na inversão de valores. É muito fácil saber o que é e o que não verdade. É só entrar no “Google Acadêmico”. Fico por aqui.
**Literatura Sugerida: 1) CADORE, Eduardo Lusa et al. Fatores Relacionados com as Respostas da Testosterona e do Cortisol ao Treinamento de Força. Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2008). 2) SIMÕES, H. G. et al. Resposta da Razão Testosterona/cortisol Durante o Treinamento de Corredores Velocistas e Fundistas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (2004).