Na mágica aurora de tudo
Passados 60 anos do último encontro da 1ª turma de bacharéis em direito, no Hotel Quitandinha, 28 de fevereiro de 1959, em homenagem a todos os pioneiros alunos, mestres, dirigentes e funcionários das Faculdades Católicas Petropolitanas, hoje a querida UCP, relembro quatro personalidades de destaque, no clímax da alegria e reconhecimento daqueles idos: os dirigentes e mestres Arthur de Sá Earp Netto e Aloysio Maria Teixeira e os alunos da 1ª turma Paulo Tostes e Mauro Carrano e Castro
Um pouco dessa lembrança.
Arthur de Sá Earp Netto, por feitio loquaz quanto dinâmico e por atitudes firmes e até polêmicas, assombrava a todos. Era ele conhecedor profundo do Direito e administrador corajoso e eficiente. Dominava por inteiro o conhecimento do que dirigia, como sabia interpretar o personagem que encarnava no difícil múnus universitário, resolvendo as mais intrincadas pendências tanto administrativas quanto junto aos estudantes, estes prontos a uma oposição, qualquer que fosse o motivo. E ele, sempre na ponta dos pés, com arrojo, a tudo enfrentava em favor da instituição que amava. Seu nome é hoje patrimônio respeitado e inscrito no anais da Cultura Petropolitana.
Aloysio Maria Teixeira, o segundo diretor da Faculdade de Direito, o mais jovem desembargador em exercício na época, possuidor de uma cultura invejável, imensa autoridade em Direito Civil, boníssima criatura, encantadora alma, trouxe para os estudantes o princípio da cordialidade e da justiça perfeita, que ele ensinava em sua cadeira de Direito Civil e por suas atitudes conciliatórias na direção da Faculdade de Direito, sob imenso respeito dos alunos.
Paulo Tostes, extrovertido, dinâmico no embalo da vida elétrica do dia-a-dia, aluno brilhante, em seguida pleno e respeitado advogado, exerceu nobre liderança em sua fase universitária, pugnando pelo Diretório Acadêmico, usando de sua oratória fácil e persuasiva na defesa de seus colegas. Era nosso porta-voz. E leal, sobretudo leal, confiável, um encantador cidadão que sempre admirei e hoje o tenho como grande personalidade de Petrópolis, que deixou marca e, sobretudo, o exemplo de profícua e respeitável vida. Ouvi, de sua esposa Leila, que foi nossa colega da mesma turma, que uma palavra definia Paulo Tostes: bondade. Perfeito, isso mesmo!
Mauro Carrano e Castro, inteligente, aluno aplicado e estudioso, brilhante advogado e professor, nascido em Minas Gerais, tornou-se um petropolitano, amado e reconhecido por seus clientes e alunos, ético sempre, muito franco e objetivo, uma alma encantadora que a todos ajudava, mesmo que não provocado. Cumpriu com devoção e muita competência o papel reservado por Deus aos melhores homens. Como seu colega e amigo, tivemos momentos profissionais e associativos exercidos em parceria, onde sempre predominou a verdade e a crença nos melhores valores, sob fraterna convivência e mútua admiração. E foi notável mestre de Língua e Literatura, erudito e vocacionado ao magistério.
Passado o período universitário, ocorreu nova fase de reencontro nosso – nós 5 – quando fomos eleitos para acadêmicos titulares do sodalício literário, a Academia Petropolitana de Letras, onde a admiração, o respeito, a cordialidade, o verdadeiro companheirismo ucepeano, reforçaram a amizade daqueles tempos que a vida armazenou nos luminosos registros destinados ao respeito do futuro.