• Na feira, hortaliças podem ficar mais caras

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  • 07/03/2018 12:00

    A Feira Livre do Centro de Petrópolis nessa terça-feira (7) ficou mais vazia. Muitos dos produtores de hortaliças e verduras do Caxambu não compareceram porque quase toda a lavoura foi afetada pelo temporal que devastou a região no último sábado. Ainda é cedo para estimar o número de propriedades atingidas, mas teve gente que perdeu tudo o que tinha.

    Manoel Fernandes Ferreira, nascido e criado no bairro, foi um dos poucos que conseguiu chegar à feira ontem. “Eu tive prejuízo, sim, mas não tanto porque a minha produção é hidropônica. Minha irmã e meus sobrinhos, no entanto, perderam tudo. Móveis, casas, galpão, carros, tudo foi arrastado pela água”, explicou.

    Segundo Manoel, praticamente toda a lavoura de sua irmã foi destruída pela enxurrada. “Foi horrível. Acabou com tudo. Perderam tudo mesmo. Nem sei como será para recuperar”, contou. 

    O produtor, nascido e criado no Caxambu, disse que nunca viu um temporal como aquele. “Já teve chuva forte em 1981, 1988, mas esse de 2018 foi o pior. Nunca arrastou carro e destruiu tanta coisa como agora”, completou.

    Nos últimos dias, o poder público tem se reunido com produtores da região para contabilizar os números de propriedades e de lavouras destruídas pela chuva. Um balanço ainda não foi divulgado porque a grande dificuldade está em chegar até os locais mais atingidos. “Fizemos um levantamento ontem mas ainda é cedo. Sabemos que a região das Três Pedras talvez seja a mais atingida. Mas no Caxambu do Alto carros foram arrastados, barracões de esterco, adubos, tudo foi perdido.

    E no Mato do Banco também foram registrados danos. “A nossa lavoura foi muito afetada e teve gente que perdeu tudo”, explicou Maria Celeste dos Santos Diniz, produtora rural e presidente da Associação dos Produtores do Caxambu.

    Tempo de recuperação

    A estimativa da Associação é que as lavouras levem de um a dois meses para serem recompostas, que é o tempo que as hortaliças e verduras levam para crescer, após o plantio. No entanto, como os prejuízos materiais foram grandes, o tempo final de recuperação da vida financeira dos produtores ainda é incalculável. “A produção deve levar até dois meses para voltar, porque são hortaliças. Mas os prejuízos com carros, caminhões e imóveis como barracões são inestimáveis. São carros financiados, caminhões que ainda não foram quitados. É muito triste. Muito mesmo”, contou Celeste.

    “Muitos produtores têm veículos financiados por uma facilidade de crédito do Banco do Brasil, ou algum tipo de empréstimo de custeio. Estes podem entrar com pedido de indenização por parte das respectivas seguradoras”, completou.

    Preços podem subir

    De acordo com os produtores, ainda é cedo para saber ao certo o impacto causado pela devastação no Caxambu. Mas, à medida em que a demanda cresça e a oferta não acompanhe, por causa das lavouras destruídas pela lama, o preço tende a subir. “Não sei para quanto, mas vai subir. O ruim é que não tem como estocar porque o produto vai embora rápido. Então a gente vai correr para reconstruir a lavoura, porque dependemos dela”, disse João Firmino, produtor rural da região do Bela Vista, área também afetada pela chuva. 

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