• Na cerimônia de proclamação, rei Charles promete seguir exemplo da mãe

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  • 10/09/2022 14:31
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    Charles III foi proclamado rei dos britânicos neste sábado, 10, dois dias após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em uma cerimônia com raízes na Idade Média.: John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron, Theresa May e Boris Johnson. Pela primeira vez na história, a cerimônia foi transmitida pela televisão britânica e acompanhada, via smartphones, nas redes sociais.

    Todos os seis ex-primeiros-ministros ainda vivos do país participaram da proclamação: John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron, Theresa May e Boris Johnson.

    Assim que foi anunciado como novo rei, o Conselho declarou: “Deus salve o rei”. “Minha mãe deu um exemplo de amor ao longo da vida e de serviço altruísta. O reinado de minha mãe foi inigualável em sua duração, dedicação e devoção. Vou tentar seguir o exemplo inspirador que recebi, mantendo o governo constitucional e a paz”, disse o monarca em seu discurso após a proclamação.

    “Vou ser guiado pelo Conselho e pelos parlamentares. Eu estou encorajado pelo apoio constante da minha esposa. E aproveito essa oportunidade para confirmar que mantenho a tradição para entregar o governo, que estarei apoiando como Chefe de Estado. Prometo dedicar o resto da minha vida para essa tarefa pesada que me coube”, acrescentou o novo rei.

    A cerimônia do Conselho de Ascensão tem origem saxônica. Com a queda do Império Romano, as Ilhas Britânicas foram invadidas por tribos bárbaras, que lutavam entre si pelo controle do território, entre eles os anglos e os saxões. Quando um rei saxão morria, seus pares se reuniam para eleger o novo monarca.

    A tradição entrou na Baixa Idade Média e foi mantida quando os normandos, com Guilherme, o Conquistador, invadiram a Grã-Bretanha em 1.066 e outros reis medievais que o sucederam.

    A última vez em que o conselho se reuniu foi em 1952, quando George VI morreu e Elizabeth II foi proclamada rainha. Ao longo do século 20, o conselho também foi responsável por proclamar os reinados de Edward VIII, Edward VII e George V, e, antes deles, da rainha Vitória, em 1837.

    A lei comum britânica determina que a coroa nunca morre. Por isso, quando cada monarca falece, normalmente se diz: “O rei está morto. Longa vida ao rei.” Então, num período de 24 horas, o Conselho de Sucessão se reúne para homologar a ascensão de um novo monarca ao trono. No caso de Charles III, a cerimônia levou mais do que 24 horas para ocorrer pelo fato de a rainha ter morrido à tarde, no dia 8.

    Fazem parte desse conselho que proclama o novo rei, sempre segundo a tradição, os membros do conselho privado, que reúne membros da família real e ministros do gabinete, além de membros da aristocracia e representantes de países da Commonwealth. No caso de Charles III, participaram da reunião a rainha-consorte, Camilla, e William, o príncipe de Gales. A ministra do Comércio, Penny Mourdaunt, presidiu a sessão, que reuniu cerca de 200 conselheiros.

    A reunião começou sem o rei. Ali, os conselheiros anunciaram a morte de Elizabeth II e a ascensão de Charles III ao trono. Na segunda parte da cerimônia, Charles fez uma declaração e um juramento. Posteriormente, foi proclamado rei nos 4 países que formam o Reino Unido – Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte, conforme a tradição de espalhar a chegada do novo monarca pelos quatro cantos do reino. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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