• Mudanças feitas pela CPTrans na Prudente Aguiar dividem opiniões

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  • 05/09/2017 10:30

    A mudança dos pontos de ônibus de algumas linhas da empresa Cascatinha para a Travessa Prudente Aguiar está dividindo opiniões. Anunciada na semana passada pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), a mudança tem o objetivo de desafogar o Terminal do Centro. Mas parece que a medida não está agradando os passageiros das linhas 502, 513, 525 e 528, que não estão nada satisfeitos com a transferência.

    “Ficou horrível! Além dos ônibus estarem em péssimo estado, agora fizeram isso com a gente. Aqui não tem estrutura para ser ponto de ônibus. Não há bancos para a gente sentar. Tem uma moça com uma criança no colo e não tem onde sentar (fazendo referência a uma passageira que estava sentada na porta de uma loja, com um bebê no colo, enquanto aguardava a chegada do coletivo). Está péssimo”, disse, indignado, o jardineiro Antônio Reis, morador da Comunidade do Alemão.

    A princípio, os ônibus começariam a parar no ponto no domingo, mas a mudança foi transferida para ontem. Uma passageira que não quis se identificar contou que teve dificuldades para encontrar o ponto de ônibus. De acordo com ela, até havia um aviso no Terminal informando a mudança, mas, mesmo assim, achou complicado. “Está mal sinalizado. Eu fiquei um bom tempo procurando no terminal, até descobrir que os ônibus estão parando aqui. Aqui fica muito ruim. Não tem lugar para sentar”, reclamou. A medida também desagradou taxistas. O ponto que funcionava ao lado supermercado Extra faz parte do ponto que fica na Rua Dr. Porciúncula, ao lado do Terminal do Centro. No total, 36 táxis param nas vagas distribuídas nas duas ruas. Agora por causa da mudança, os taxistas têm que se revezar nas 7 vagas da Travessa Prudente Aguiar e Rua do Imperador até chegarem às vagas principais ao lado do Terminal.

    “Incompetência total. Esta rua é muito estreita e não tem como colocar vagas de ônibus de um lado e táxis de outro. Quando Há ônibus e táxis parados na vaga, caminhões não passam. Não tem espaço. Sem contar que, por causa desse revezamento, nosso movimento já caiu. Nós temos que ficar pulando de ponto em ponto até chegar na Rua Dr. Porciúncula”, reclamou o taxista Vagner Brand. Eles também reclamam da falta de educação de alguns motoristas, que não respeitam a sinalização e param nas vagas demarcadas. A Tribuna flagrou dois veículos parados irregularmente no local.



    Comerciantes estão otimistas

    De acordo com a CPTrans, a mudança atende a um pedido dos comerciantes. Por causa do incêndio no Supermercado Extra, no dia 23 de julho, algumas alterações tiveram que ser feitas na rua para que a rotina fosse normalizada. A rua ficou interditada por dez dias e o comércio teve autorização para funcionar normalmente somente no dia 2 de agosto. O trânsito também teve a mão invertida no local, com a intenção de desafogar o tráfego da Rua Paulo Barbosa.

    “A rua estava vazia e trazer os pontos de ônibus para cá dá esperança para quem trabalha no comércio. Depois do que aconteceu com o Extra o movimento ficou muito fraco. Agora está começando a reagir, mas, mesmo assim, está devagar. Para nós, está sendo muito bom trazer os clientes de volta para esta rua”, contou, esperançosa, a proprietária de uma das lojas da rua, Cristina Fragelli.  

    Foram transferidos para o local os pontos das linhas que atendem aos moradores da Comunidade São Luiz, Alemão, Neylor e Alto Comunidade do Alemão. O objetivo é aumentar o fluxo de pessoas passando pela via e, consequentemente, a compra no comércio da região. “As pessoas passavam pela rua para ir no Extra e compravam na loja. Sem o supermercado, as pessoas não passam por aqui. Hoje de manhã nós já sentimos a diferença. Algumas pessoas pararam no ponto, viram a loja aberta, lembraram que faltava alguma coisa e entraram para comprar. Esta mudança já está sendo muito positiva para o comércio”, contou, otimista, a proprietária de uma das lojas da rua, Beatriz Araújo.

    A CPTrans garantiu que vai reforçar a fiscalização e pediu que as pessoas denunciem as infrações pelos telefones 156 e 2237-7103. A companhia lembrou que a mudança tem caráter experimental e poderá ser desfeita se, após a fase de testes, for constatado que os resultados não foram satisfatórios. 



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