MP Eleitoral investiga uso de poder econômico e político no concurso da CPTrans

Ainda não se sabe se questões serão anuladas ou se pode até comprometer o concurso todo (uma possibilidade mais distante e radical), mas o fato é que o Ministério Público Eleitoral abriu procedimento para investigar o uso do poder econômico e político nas provas do concurso da CPTrans. Foram 13 provas diferentes para 18 cargos, mas houve repetição de questões em várias delas. O nome de Bomtempo aparece em sete das provas e em uma delas ainda consta em duas questões.  O caso também foi enviado à 2ª Promotoria de Tutela Coletiva que pode instaurar inquérito para apurar improbidade.

Nomes de candidatos

Uma das questões continha além do nome de Bomtempo o do diretor presidente da CPTrans, Thiago Damaceno; do secretário de Fazenda, Paulo Roberto Patuléa e do procurador-geral do município, Miguel Barreto. As com o prefeito eram textos elogiosos às ações da gestão e havia uma específica, sobre a data em que tomou posse. Segundo a prefeitura, foram 11 mil inscritos e houve a presença de quase nove mil às provas. Bomtempo é declarado candidato à reeleição e Damaceno a vereador.

A autoria da ideia supimpa

É neste contexto que o MP Eleitoral vai investigar. Até agora nem a prefeitura nem o Instituto Nacional de Qualificação e Capacitação,  empresa encarregada de aplicar as provas – e que deveria, por contrato, ter especialistas na formulação das questões – se pronunciaram.  Essa investigação do MP vai poder esclarecer, por exemplo, de quem foi a ideia de apresentar essas perguntas. A prefeitura já sinalizou dizendo que pediu explicações que vai colocar o caso no colo do INQC. Vamos ver se o instituto mata no peito ou vai atribuir a alguma mente avançada na prefeitura.

Reprovados automaticamente

E teve gente em redes sociais avaliando como tudo normal a super exposição do prefeito nas provas do concurso da CPTrans. Esses que defendem e fizeram as provas já podem ser eliminados automaticamente. É o tipo de gente que não deve fazer parte do funcionalismo porque não distingue o serviço público da coisa privada.  

Mais uma pra ser anulada

Uma das questões na prova para o cargo de engenheiro de tráfego foi a seguinte: “Petrópolis está situada às margens de uma rodovia que garante o acesso a várias regiões do país. A rodovia em questão é a: A) BR-40 B) BR-210 C) BR-230 D) BR-293”.  Além de ser muito fácil, ainda está errado. A nomenclatura oficial para o tipo de rodovia é padrão e começa com BR e é seguida de três algarismos. O zero, que falta na resposta certa, que seria BR-040, se refere a rodovias que iniciam na capital do país.

Fica a dica

Agora, convenhamos, tinha questões realmente muito fáceis. Nesta prova faltou só ser com ilustrações tipo uma foto do prefeito Bomtempo e do Damaceno, supostamente iguais, lado a lado, com a missão: ache os 7 erros. O estilo passatempo podia ter sido empregado também com um caça-palavras. Também ficava bom.

Mesmo quilate

Essa prova de concurso da CPTrans nos fez lembrar de uma polêmica no Enem que em um dos exames chamou a funkeira Valeska Popozuda de “grande pensadora contemporânea”.

Pergunta direito

Depois de quase duas semanas de especulações e rumores sobre linhas da PetroIta e Cascatinha serem assumidas pela Turp e Cidade Real, enfim, os políticos se pronunciaram e anunciaram que estão preocupados com o emprego dos rodoviários. Mas, não é só isso, gente. Precisa ter clareza na questão não apenas nos empregos, mas como vai operar o sistema. A prefeitura não pode recusar dar informações aos vereadores que são agentes fiscalizadores. Vereadores estão dormindo no ponto. Ou apelando pra visibilidade mais fácil.  Volta lá e pergunta direito!

Mas, gente…

Pior foi a prefeitura que em reunião com o Sindicato dos Rodoviários anunciar que voltará a repassar R$ 700 mil às empresas, de vale-educação, porém somente se elas pagarem os salários atrasados dos funcionários das empresas de ônibus. E mais: que este repasse não estava sendo feito por conta da queda do ICM”.

Alzheimer

Primeiro que o repasse foi suspenso em agosto de 2023 e a prefeitura alega que foi por  causa da  “redução dos repasses do ICMS”. Mas, gente… Desde 2022 a prefeitura recebe R$ 288 milhões a mais por ano de ICMS e quando o assunto foi questionado na justiça ano passado ficou apenas 30 dias sem os recursos. Pior é que ano passado a própria prefeitura disse ao Setranspetro, sindicato que representa as empresas de ônibus, que quando suspendeu o repasse, em agosto, que iria retomar somente em janeiro. Então tá dentro do combinado e nem tem a ver com os salários atrasados… Pessoal anda bem esquecido das coisas que fala.

Contagem

E Petrópolis está há 267 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

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