Importantes ligações entre a BR-040 e a União e Indústria, rodovias fundamentais para os distritos, as pontes de ligação entre as vias em pelo menos dois pontos – na altura do Castelo e no Arranha-Céu – não recebem a atenção necessária. Ambas apresentam sinais de precariedade após anos sem manutenção e poderiam ser soluções para garantir a mobilidade de moradores e turistas.
O movimento Unidos por Itaipava (Unita), formado por empresários que buscam soluções estruturais para a região, aponta a falta de investimentos e os erros cometidos nas estruturas já existentes. O Unita tem dialogado com o Governo Federal, responsável pelas rodovias, solicitando mudanças. Um dos pedidos é que esses acessos sejam incluídos no Plano de Exploração da Rodovia (PER), que faz parte das obrigações do edital de licitação da BR-040, trecho Rio-Juiz de Fora, previsto para 2025.
A ponte do Arranha-Céu, um dos principais acessos ao distrito de Itaipava, não recebe intervenções significativas há décadas. A estrutura é intensamente utilizada pelos motoristas como ligação entre a BR-040 e a Estrada União e Indústria desde a conclusão da nova rodovia, em 1980. A ponte, que serve apenas a quem chega a Itaipava, é estreita e possui calçadas precárias para pedestres.
Há pelo menos 30 anos, não é realizada nenhuma avaliação estrutural desta ligação. Após denúncias de moradores e usuários sobre rachaduras, corrosão, corrimãos quebrados e calçadas danificadas, pequenas intervenções foram feitas pela Secretaria de Obras em julho, mas nenhum estudo detalhado sobre a condição da ponte foi realizado.
O Unita destacou a situação da ponte do Arranha-Céu como uma de suas principais preocupações, já que o local é um dos retornos mais utilizados por motoristas que transitam pela BR-040.
“Fica evidente que a ponte não comporta mais o grande movimento de acesso à União Industria sobretudo aos finais de semana. Obras de manutenção da estrutura e sua ampliação ou a criação de um novo acesso em outro ponto já foram levantados como solução, mas não há projetos efetivos neste sentido”, afirma Fabrício Santos, um dos empresários que está à frente do Unita.
Essa entrada para o distrito é, inclusive, utilizada como refúgio para desafogar a outra principal entrada de Itaipava, o trevo de Bonsucesso. Mas, por conta do grande volume de veículos, os dois acessos ficam congestionados, com relatos de motoristas que levam cerca de 30 a 40 minutos para conseguirem sair da BR-040, atravessar a ponte do arranha-céu e, enfim, chegar ao distrito de Itaipava.
A ponte do Castelo, localizada na Estrada União e Indústria, na altura do número 15.220, é um caso inusitado. De madeira, a estrutura chegou a ser interditada em 2022 e foi reformada no final de 2023, com um investimento de R$ 111 mil da prefeitura. No entanto, meses depois, a ponte voltou a apresentar problemas, agravados pela construção de cinco quebra-molas de concreto em um trecho de apenas 50 metros.
A ponte do Castelo, como é conhecida a estrutura localizada na Estrada União e Indústria, na altura do número 15.220, é um caso que chega a ser inusitado. A estrutura, de madeira, em 2022 chegou a ser interditada e foi reformada no final de 2023, com recursos de R$ 111 mil pela prefeitura. De madeira, meses depois estava, mais uma vez, com problemas. A situação ainda piorou com a construção de cinco quebra-molas – de concreto – em um trecho de pouco mais de 50 metros.
“É inacreditável que essa tenha sido a ‘solução’ adotada. Itaipava não quer mais improviso, quer obras bem feitas e duradouras”, pontua Alexandre Plantz, empresário e também líder do Unita.
Unita quer investimentos em mobilidade e segurança
As duas maiores preocupações do Unita hoje são a segurança pública e a mobilidade urbana nos distritos de Petrópolis. De acordo com o Detran, em 2023, a cidade tinha uma frota de 195.487 veículos, sendo 123.865 carros particulares. As ruas são estreitas e não recebem a manutenção adequada, resultando em horas perdidas em congestionamentos em diferentes regiões da cidade.
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Petrópolis, na aba de situação das obras no município, apenas duas intervenções foram realizadas no distrito de Itaipava em 2023, ambas em fevereiro: a execução de contenção em alvenaria no Madame Machado e a recomposição de margem de rio no Santa Mônica. Nenhuma delas está relacionada a melhorias ou readequações no trânsito.