Morre Teixeira Coelho, professor e ex-diretor do Masp, aos 78 anos
Teixeira Coelho, ex-diretor do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e professor da Universidade de São Paulo (USP), especialista em arte e políticas culturais, morreu neste sábado, 4, aos 78 anos de idade. Ele vinha passando pelo tratamento contra uma leucemia desde o início deste ano.
Nome conceituado no meio acadêmico, sendo professor titular aposentado e professor emérito da USP, além de professor sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, José Teixeira Coelho Netto se formou em Direito pela Universidade de Guarulhos, em 1971, e fez mestrado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP em 1976.
Seu doutorado veio em 1981, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, em Teoria Literária e Literatura Comparada.
“Era um curador singular e estudioso, que fazia relações e procurava estabelecer novas fronteiras entre a arte, artistas e os nossos tempos. O Brasil perde muito com a sua partida. Além de excepcional e dedicado curador, era um profundo estudioso e pensador a respeito da arte e da cultura brasileira”, destaca Alfredo Setubal, presidente do Itaú Cultural, que lamentou a morte – Entre seus trabalhos, Teixeira atuou na produção dos livros Itaú Moderno – Arte no Brasil 1911-1980 e Coleção Itaú Contemporâneo – Arte no Brasil 1981-2006.
Teixeira Coelho foi diretor do Masp entre 2006 e 2014. Antes, já havia dirigido o MAC, Museu de Arte Contemporânea da USP, entre 1998 e 2002. Também atuou na curadoria da Bienal de Curitiba em 2013 e 2015, e foi professor de História da Arte no Mackenzie.
Desde 2015, Coelho coordenava o Grupo de Estudos Culturas e Humanidades Computacionais no IEA da USP. Em abril de 2021, ele revelou ao site da entidade que planejava lançar um novo livro sobre arte e cultura computacional, que estava previsto para 2023, sequência de eCultura: a Utopia Final e Sinais e Maravilhas da Arte e Cultura na Era Digital, seus trabalhos mais recentes.
Em 2019, na ocasião do lançamento de seu livro eCultura: A Utopia Final, em que buscava contextualizar os aspectos do universo digital, refletia, em entrevista ao Estadão: “A geração que nasceu na era da internet é o falante nativo dessa linguagem [digital]. Os que nasceram antes do advento da internet são os imigrantes, e eles sofrem toda a defasagem, passam por todo o estranhamento pelo qual passam imigrantes.”
Entre outras de suas publicações estão Moderno Pós-Moderno, Arte e Utopia – Arte de Nenhuma Parte, Dicionário Crítico de Política Cultural, História Natural da Ditadura, Niemeyer: Um Romance e As Fúrias da Mente.