Morre aos 91 anos Armando Vasconcelos, o taxista mais antigo de Petrópolis
Popular e, principalmente, querido na cidade, o taxista Armando Sadock Vasconcelos, de 91 anos, era o taxista mais antigo de Petrópolis. Em maio, completou 72 anos de profissão. E há quem diga que ele era o taxista mais antigo em atividade no país. Armando faleceu na madrugada desta segunda-feira (8), em casa. O sepultamento foi às 16h30 no cemitério em Secretário.
Armando é petropolitano, viveu sua infância na Avenida Barão do Rio Branco. Começou a trabalhar ainda bem cedo, com 9 ou 10 anos, nas charretes da família. Mais tarde tirou a carteira de motorista e trabalhou por um ano como caminhoneiro, transportando farinha de trigo do Rio de Janeiro para as padarias de Petrópolis. Começou no táxi no ponto que fica na Praça D. Pedro II, e ali permaneceu todos esses anos.
Contava com orgulho as histórias vividas no táxi. A preferida era a memória de ter trabalhado para autoridades, em especial para o ex-presidente João Figueiredo. O ex presidente tinha casa em Nogueira, e Armando o levava com a esposa para tomar café em um bar também na Praça D. Pedro II.
Durante o período de pandemia, embora fizesse parte do grupo de risco, pelos seus 91 anos, Armando não deixou o táxi. Tudo isso, ele contou em um vídeo gravado no mês passado, por uma de suas fiéis passageiras. Sentado em um dos bancos da Praça ele conta, sem timidez, um pouco da sua história. Confira o vídeo na íntegra ao final da matéria.
Armando era muito querido por passageiros e seus colegas de profissão. O taxista Kleber Augusto Costa Soares trabalhou no mesmo ponto que o taxista por 8 anos. “Ele era uma pessoa muito carismática, uma das primeiras pessoas que conheci no ponto. Um prazer que eu tinha era convidar ou ser convidado por ele para um café, para ele contar as histórias. Uma pessoa muito querida, super do bem. Me espelhei nele, tinha uma admiração”, disse Kleber.
O amigo contou que, no dia 28 do mês passado, Armando se sentiu mal e foi para casa, estava indisposto. No dia seguinte, ele não foi trabalhar. Preocupados, os colegas ligaram e ele disse que tinha ido ao médico, foi diagnosticado com pneumonia, mas poderia ser tratado em casa. E assim foi. Na última sexta-feira, Armando passou no ponto para dar notícias aos colegas. E nesta madrugada, passou mal em casa e faleceu.
Armando completaria 92 anos no próximo mês. No seu registro de taxista, a numeração é 001. Nos dois últimos anos, o taxista ganhou festa surpresa dos colegas do ponto e, segundo Kleber, neste ano teria novamente. Em 2014, ele recebeu uma moção congratulatória na Câmara Municipal de Petrópolis por ser o taxista mais velho na cidade. E nesta segunda-feira, no seu sepultamento, alguns de seus colegas taxistas fizeram uma homenagem, seguindo em carreata o cortejo.