• Morre aos 89 anos o desembargador Antônio Izaías da Costa Abreu

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  • 19/01/2022 19:19
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    Faleceu nesta quarta-feira(19), o desembargador Antônio Izaías da Costa Abreu, nascido em Bom Jesus do Itabapoana, viveu muitos anos em Petrópolis. Na cidade foi membro emérito da Academia Petropolitana de Letras e do Instituto Histórico de Petrópolis. É autor de várias obras que ajudam a contar parte da história de Petrópolis, como Quilombos em Petrópolis (1988) e A Morte de Koeler – a tragédia que abalou Petrópolis (1996). Exerceu a magistratura no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e, desde a aposentadoria, dedicou-se voluntariamente ao Museu da Justiça, onde permaneceu como membro da Comissão de Preservação da Memória Judiciária – COMEMO, até a sua morte.

    “O desembargador Izaías será sempre uma referência para o Tribunal de Justiça do Rio. Sua história se confunde com a história do Poder Judiciário fluminense e suas inúmeras obras o imortalizarão para sempre”, afirmou o presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira.

    O desembargador Miguel Pachá, amigo de longa data Izaías, fez uma publicação emocionada nas redes sociais.  “Pelo telefone, durante toda a epidemia que assombra o mundo, nos comunicamos diariamente e colocavamos em dia todos os assuntos. Foi ele quem prefaciou o meu livro, Tempo, Histórias e Memórias, escrito durante o período de confinamento.  Pelo sentimento mútuo que nos unia, sabíamos que ele era avô de meus netos e eu avô e eu avô dos dele. Que Deus receba sua alma, que descanse entre os justos e honrados, como ele sempre foi, e que encontre a da Penha, o amor de sua vida. Tenha certeza, querido amigo, que você viverá sempre dentro de cada um de nós!”, diz um trecho da mensagem.

    O desembargador também foi sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, era também  acadêmico correspondente da Academia Portuguesa da História; membro titular, honorário, associado emérito e correspondente de renomados institutos e academias, no Brasil e no exterior, como a Société Internationale de Prophylaxie Criminelle, com sede em Paris, e Academia Paraguaya de la Historia, com sede em Assunção, entre outras.

    Foi agraciado com inúmeros títulos e comendas, em reconhecimento por toda uma vida dedicada ao direito e à história. Professor de Direito Civil e Direito Penal da Universidade Católica de Petrópolis – UCP por mais de vinte anos, foi também autor das obras: O Linguajar do Marginalizado – sociologia criminal (1983); Quilombos em Petrópolis (1988); Municípios e Topônimos Fluminenses (1994); A Morte de Koeler – a tragédia que abalou Petrópolis (1996) Ternas Recordações – poesias (1999); Palácios e Fóruns do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (2005); O Judiciário Fluminense – período republicano (2006); O Judiciário Fluminense e suas Comarcas – capital (2008); Comarcas Fluminenses – interior (2009) e A Colonização do Sudeste – a prevalência italiana (2012); O que Vi e Ouvi, crônicas anedotizadas (2017); O Humor e o Riso, em versos livres (2019).

    Autor e produtor dos documentários: O Quilombo de Paty do Alferes (2004); Princesa Isabel, A Redentora – revendo a história (2010) e Vila de Macacu, Convento de São Boaventura (2010), coordenou e organizou as obras: Tribunais do Rio de Janeiro 250 anos – da Relação 1752 ao Tribunal de Justiça 2002 (2002) e Obras Completas de Rui Barbosa – prefácios, notas e revisões por José Bezerra Câmara 1915/2015, Prêmio FUNAGER 2015.

    Recentemente, Antônio Izaías da Costa Abreu terminou sua última obra, ainda não publicada, “Complementando os Registros Históricos, uma breve contribuição à história de Bom Jesus do Itaboapoana” e dedicava-se à coordenação do livro “Tribunais do Rio de Janeiro – 270 anos, da Relação 1752 ao Tribunal de Justiça 2022”, obra realizada pelo Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário e de iniciativa do presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira.

    O desembargador completaria 90 anos no próximo dia 5 de março. Ele deixa duas filhas.

    A missa de sétimo dia será realizada na segunda-feira, dia 24, às 11h, na Igreja de São José, Rua Presidente Antônio Carlos, esquina com Rua São José, s/n.

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