• Moraes: não é crível pensar que plano para matar autoridades não tenha sido levado a Bolsonaro

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  • 09/set 12:57
    Por Gabriel Hirabahasi, Lavínia Kaucz e Pepita Ortega / Estadão

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, disse que “não é crível” acreditar que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria de Governo no governo de Jair Bolsonaro, imprimiu o planejamento da Operação Punhal Verde e Amarelo, que previa a morte de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e do próprio Moraes, sem ter discutiu o assunto com o ex-presidente.

    A impressão do planejamento da operação foi no dia 9 de novembro de 2022. No mesmo dia, disse Moraes, há comprovação de que Fernandes se reuniu, das 17h48 às 18h56, com Bolsonaro no Palácio da Alvorada. O ministro ironizou o encontro e disse que “não é crível” acreditar que o general se reuniu com o ex-presidente e “fez barquinho de papel” com o planejamento.

    “O general Mário Fernandes imprime no dia 9 de novembro o documento do Punhal Verde e Amarelo e na mesma data se dirige ao Palácio da Alvorada, onde há registro de entrada e saída. Lá fica das 17h48 às 18h56 para conversar com Jair Messias Bolsonaro. Não é crível e razoável achar que Mário Fernandes imprimiu no Planalto, se dirigiu ao Alvorada, ficou uma hora e seis minutos e fez barquinho de papel com a impressão do Punhal Verde e Amarelo. Isso é ridicularizar a inteligência do Tribunal”, disse Moraes.

    O ministro disse que “não é possível normalizar” todo o planejamento de matar o presidente e seu vice eleitos, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

    “Não é possível normalizar todo esse iter criminis, de meados de junho de 2021 até esse momento, em que forças especiais do Exército pretendiam matar o presidente do TSE e com envenenamento ou remédio se pretendia matar o presidente eleito da República. Não é possível normalizar. O Brasil demorou para atingir e concretizar a democracia. Tivemos 20 anos de ditadura, torturas, desrespeito à independência do Poder Judiciário e Legislativo. As pessoas sumiam, eram mortas. Não é possível banalizar esse retorno a esses momentos obscuros que já tivemos”, declarou.

    Moraes disse que “nem os mais pessimistas podiam imaginar” que o plano golpista envolveria o assassinato de autoridades, incluindo ele próprio. Afirmou que esse plano está “fartamente documentado nos autos” do processo. Disse que ele “não foi impresso numa gruta, foi impresso no Palácio do Planalto”.

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