• Moradores do Vale do Esquilos fazem protesto e entregam abaixo-assinado à Cascatinha

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  • 28/03/2022 20:14
    Por Vinícius Ferreira

    Um abaixo-assinado organizado pelos moradores do Vale dos Esquilos foi entregue nesta segunda-feira (28), na sede da Viação Cascatinha, na rua Coronel Veiga, no Quitandinha. O documento relata os transtornos que os moradores vêm enfrentando em relação ao transporte público  na localidade e cobra melhorias na manutenção dos coletivos, após uma série de quebras registradas nas últimas semanas.

    “Os ônibus chegaram a quebrar de seis a sete vezes em um dia. A empresa troca por outro veículo, que também vem quebrado. A gente ainda tem a denúncia de um ônibus que bateu em outro veículo e depois colocaram aqui para rodar na quinta-feira (24), à noite”, relatou Lorraine Maia, uma das organizadoras do movimento de protesto contra a situação do transporte e do serviço prestado pela empresa no Vale dos Esquilos.

    Na última sexta-feira (25), os moradores organizaram um protesto, impedindo que os ônibus circulassem no bairro. “Fizemos a paralisação após dois coletivos quebrarem. No sábado (26), ainda tivemos a denúncia de um ônibus sem freio. É um grande descaso”, afirma a moradora.

    Além da empresa, o documento tem também como destinatários o presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito Transportes – CPTrans , Jamil Sabrá, a Prefeitura de Petrópolis, a Câmara Municipal de Vereadores e o Ministério Público do Rio de Janeiro – MPRJ. A principal demanda da comunidade é “a manutenção dos coletivos com extrema urgência”, para que os horários de atendimento ao bairro possam ser cumpridos. Além disso, os moradores cobram “sinalização e manutenção viária”.

    O que diz a Viação Cascatinha:

    Em resposta à Tribuna, a Cascatinha informou que recebeu, nesta segunda-feira (28), representantes da Associação de Moradores do Vale dos Esquilos. Na reunião, a empresa se comprometeu a operar novamente com os horários praticados antes da pandemia na localidade. A alteração passa a acontecer a partir da próxima semana, em comum acordo entre a empresa, comunidade e CPTrans.

    A Cascatinha também informou que está se empenhando para evitar quebras na região, provocadas, em sua maioria, em razão da falta de condições viárias no trecho atendido. Segundo dados disponíveis para consulta, entre os dias 01 de janeiro e 28 de março, 94% de todas as viagens programadas pela linha 510 – Vale dos Esquilos foram realizadas normalmente, sem qualquer interferência, informou a empresa.

    O que diz a CPTrans:

    A CPTrans informou à Tribuna que monitora, diariamente, o sistema municipal de transporte público coletivo. Os atrasos decorrentes de falha mecânica são identificados, gerando multas às empresas responsáveis.

    A CPTrans identificou um alto índice de falhas mecânicas nas empresas Cascatinha e Petro Ita. Por isso, estuda medidas para evitar novos atrasos ou cancelamentos de viagens no sistema. Neste mês, entre os dias 14 e 24, foram aplicadas 110 multas, sendo 58 na viação Cascatinha, 40 na Petro Ita, 8 na Turp e 4 na Cidade Real.

    Licitação só após setembro

    A Viação Cascatinha  não poderá continuar operando na cidade depois que o Tribunal de Contas do Estado – TCE encontrou irregularidades no contrato de concessão da empresa, que pertence ao mesmo grupo da Petro Ita e é responsável por mais de 30  linhas das regiões de Cascatinha, Carangola, Vale dos Esquilos, Retiro, Estrada da Saudade e Jardim Salvador. Aproximadamente são 35 ônibus para atender essas regiões.

    Ainda no ano passado, em setembro, a gestão interina do então prefeito Hingo Hammes acatou a decisão da justiça e montou uma Comissão Especial de Licitação que ficará responsável pelo processo licitatório da concessão do transporte público na cidade. O grupo tem um prazo de 12 meses para concluir os trabalhos, o que deve acontecer em setembro deste ano.

    No relatório, o Tribunal de Contas verificou que a Viação Cascatinha opera na cidade sem que tenha sido realizada licitação, o que segundo o Tribunal é ilegal. A empresa atua no município desde os anos 90 e nos documentos obtidos pelo TCE o nome da Cascatinha não aparece em nenhum levantamento dos contratos e licitações realizados pela Prefeitura de Petrópolis. À época, a empresa negou que esteja operando de forma irregular no sistema do transporte público de passageiros da cidade e vai recorrer da decisão.

    Com relação à licitação, a CPTrans informou à Tribuna nesta segunda-feira(28) que a comissão com novos membros já realizou uma reunião, e uma segunda reunião será realizada nesta semana.

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