Moradores das ruas Uruguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela, no Quitandinha, estão revoltados com a condição do transporte público. Segundo os relatos, as quebras, atrasos e não cumprimento de itinerários são constantes. Com isso, precisam andar a pé até as vias principais do bairro, enfrentando risco de assaltos no caminho, sem iluminação pública.
A Tribuna de Petrópolis esteve no local na sexta-feira (12) a convite da associação de moradores. Neste mesmo dia, o coletivo que realizava o atendimento da localidade era de prefixo 2001. O micro-ônibus foi reprovado em duas vistorias da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), realizadas em setembro de 2022 e abril de 2023.
Em agosto de 2023, foi aprovado com restrição. Já em dezembro, não foi vistoriado. Em janeiro deste ano, a CPTrans aprovou o ônibus. Porém, segundo o Detran, o coletivo está com o licenciamento atrasado desde 2019.
Problemas são constantes
Segundo os moradores, antes da pandemia, a região era atendida pelas linhas 405 e 425. Agora, apenas o 425 está em operação na teoria. Na prática, os relatos são da falta do transporte em muitos horários. Neste sábado (13), por exemplo, os moradores relataram que estavam sem o transporte pela manhã.
Quando está em operação, o coletivo também não tem cumprido horários e nem mesmo o itinerário completo. Uma das preocupações é em relação a segurança do ônibus, devido às quebras constantes.
“A Petro Ita já demonstrou que não está mais apta para oferecer o serviço para nós, moradores”, disse a moradora Marli Rezende.
Falta de segurança preocupa
Quando falta ônibus, os moradores precisam utilizar outras linhas, que passam pelas vias principais do bairro. O problema é o caminho para chegar até lá, já que muitos são idosos e mulheres e a questão da segurança dos locais preocupa, pois há relatos de assaltos.
Uma das opções é uma escada que dá acesso da Rua Colômbia para a Joaquim Rolla, ao lado do Hotel Quitandinha. Porém, o trecho apresenta problemas de capina constantemente. Nesta sexta-feira, a reportagem também flagrou diversos postes do caminho sem luminárias.
“Minha filha chega tarde do trabalho e preciso encontrá-la. Vou com lanterna, cachorro, tudo para tentar dar mais segurança, fico muito preocupada. Ali é muito perigoso”, relatou a moradora Lucimar Macêdo.
O que dizem os órgãos
Em relação a preocupação com a segurança pública da região, a Polícia Militar informou que as ações da Corporação são pautadas por informações do setor de inteligência e planejamento prévio, tendo como preocupação central a preservação de vidas e o cumprimento irrestrito da legislação em vigor.
“A corporação ressalta ainda a importância de que a população colabore realizando denúncias sobre tais práticas – o telefone do Disque-Denúncia é (21) 2253-1177 – ou, para casos urgentes, realize o acionamento de nossas equipes através da Central ou App 190. Os registros nas delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que os procedimentos investigativos culminem com a identificação e prisão dos suspeitos”, diz a nota.
A Prefeitura e a Petro Ita não retornaram os contatos da reportagem.