Moradores do Castelânea, em Petrópolis, pedem por intervenções urgentes no bairro
O cenário de destruição das tragédias de fevereiro e março continua presente no bairro Castelânea, em Petrópolis. Em alguns locais, como a Servidão João Nicolau Neissius, Vila Luiz Macedo, Rua 1º de Maio e a Rua Paulista, o medo enfrentado pelos moradores é constante.
Para Juliana Esteves, presidente da Associação dos Moradores do Castelânea, o pior é a falta de resposta dos órgãos competentes. “A gente não sabe se a obra vai sair, se não vai, se a obra está com o Estado, se está com a Prefeitura. Se, pelo menos, a gente tivesse uma informação, ficaríamos mais tranquilos, mas a gente precisa disso, de informações. A gente quer saber o que está acontecendo.”, desabafa.
Na noite da última quinta-feira (29), uma barreira caiu na Rua Olavo Bilac. Juliana explica que aquela obra de contenção estava sendo feita pelo Estado, mas o dono do terreno proibiu as intervenções. Por diversas vezes, a presidente avisou que algo precisava ser feito, mas nenhuma providência foi tomada. “Graças a Deus não machucou ninguém, não atingiu carro e casa nenhuma, mas caiu e era uma coisa que já havíamos avisado algumas vezes.”, conta.
Saiba mais: Barreira cai no início da noite desta quinta-feira (29) na Rua Olavo Bilac, no Castelânea
Foi feito pela Associação um relatório de demandas urgente da comunidade. O documento pede intervenções na Rua Olavo Bilac, na Servidão João Nicolau Neissius, Vila Luiz Macedo, Rua Conde d’Eu, Rua Doutor Oswaldo de Freitas, Rua 1º de Maio e Rua Paulista, Praça Pasteur, Rua Francisco Blatt, Vila Vasconcellos e Sargento Boening.
Esse documento foi entregue ao Prefeito Rubens Bomtempo no dia 27 de julho deste ano. No entanto, até o momento, não houve nenhuma resposta sobre o andamento das obras.
Juliana conta que, na última sexta-feira (30), dois engenheiros do Estado estiveram no Castelânea. Na oportunidade, mais uma vez, foi entregue o relatório para os profissionais a fim de conseguir uma maior visibilidade dos problemas enfrentados pelos moradores.
Ana Paula de Azevedo Rocha é moradora da Rua Antônio Neissius. Ela diz que a situação está complicada porque, além da via que está completamente destruída, dificultando a passagem, principalmente na Rua Conde d’Eu, no local não tem coleta de lixo, carteiro, nem mesmo socorro, caso alguém precise.
“A água do rio continua descendo pela rua. A obra está superlenta aqui na Antônio Neissius, a rua está afundando e já existe uma cratera onde vários carros já ficaram agarrados. Sem contar o risco de novos deslizamentos. Na Conde d’Eu, muitos moradores estão em risco, tanto da servidão quanto das casas debaixo.”, desabafa Ana Paula.
Ela ainda desabafa dizendo que, para os moradores, além da tristeza, o sentimento é de desamparo. “São inúmeros ofícios emitidos pela Associação, mas nada é feito. Na Sargento Boening e na Vila Vasconcelos, até hoje, o rio está passando dentro das casas. Muito triste.”, conta a moradora.
Um outro ponto sinalizado pela Ana Paula foi a Escola Municipal Robert Kennedy, que está sem calçada para as crianças circularem. A via cedeu e, por isso, os alunos de diversas faixas etárias correm perigo, já que o rio é próximo de onde passam para ir à escola. Segundo Juliana, presidente da Associação, um ofício já foi encaminhado à Secretaria de Obras, mas também não houve retorno.
Denise Alonso é moradora da Ladeira Modesto Garrido que, desde a tragédia em fevereiro, está interditada. “Alguns moradores não conseguiram nem retirar seus pertences das casas, meu irmão está fazendo por conta própria um caminho para que possamos chegar até nossas casas. A sensação é de abandono, recebemos várias visitas, inclusive do Prefeito e do vice, mas até agora só foram feitas promessas.”, afirma.
A Prefeitura informou à Tribuna que o município tem duas obras de contenção planejadas para a Castelânea. A de maior porte é a de um muro atirantado, na Rua Sargento Fontes, que terá início nos próximos dias. A outra, é de contenção de barranco e construção de calçada na Rua Cristovão Colombo, em frente à Escola Municipal Robert Kennedy.
A Prefeitura informou também que o bairro teve concluída recentemente uma obra emergencial da Prefeitura na Estrada do Paraíso, onde foram recuperadas a rede de drenagem e a pavimentação. As obras na área da Rua Conde D’Eu foram assumidas pelo Estado, incluindo o ponto da Rua Olavo Bilac – onde houve o deslizamento ocorrido na última quinta-feira (29).