• Moradores dizem que não foram consultados e revelam preocupação com comunidade se transformar em ligação Bingen-Quitandinha

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  • 22/10/2021 19:58
    Por Luana Motta

    O que parecia ser um sonho e até uma conquista do governo interino de Hingo Hammes está se tornando um pesadelo para os moradores da região do Amazonas, no Quitandinha. Embora a proposta de ligação do Bingen e Quitandinha tenha mais de 80 anos, os moradores dizem que não foram consultados sobre as intervenções. Nesta quinta-feira (21), durante o Fórum promovido pelos líderes comunitários moradores apresentaram suas preocupações com a implantação do projeto. 

    O encurtamento da distância entre os bairros tem a promessa de melhorar a mobilidade urbana, minimizando o congestionamento de vias como a Paulino Afonso e a Coronel Veiga. A proposta voltou a ser pautada neste ano pelo prefeito interino Hingo Hammes, que disse ter levado o pedido de municipalização do trecho à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) e ao Ministério da Infraestrutura.

    Aprovado por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal, e segundo a Prefeitura, com nada a opor do ministro Tarcísio de Freitas e do diretor geral do DNIT, Antônio Leite, o projeto passou por todos, menos por aqueles que vão ser diretamente impactados pela mudança: os moradores da Rua Amazonas, pela qual a nova ligação será feita. 

    O presidente do Conselho Local de Saúde, Volnei de Oliveira Pimentel, disse que os moradores são contra a municipalização do trecho, já que o projeto não foi discutido com a comunidade. Durante o Fórum comunitário, os moradores disseram estar preocupados com a rotina, já que a escola municipal e o posto de saúde passarão a ficar à margem da via – que passará a ter muito mais movimento caso a ligação se torne realidade.

    Fatores como segurança pública, mobilidade urbana dentro do bairro e o impacto ambiental e social na comunidade também são preocupações. “Eles estão com uma falsa ideia de aquecimento do comércio na comunidade. Uma via expressa, sem acostamento, não é ponto de parada”, disse Volnei. 

    Além disso, a localidade do Amazonas é considerada de alto risco para deslizamentos de encostas. São incontáveis as vezes em que a chuva forte danificou a pavimentação composta por paralelepípedos. Os moradores afirmam que em nenhum momento foram consultados sobre os impactos positivos ou negativos que a mudança vai causar. 

    A Tribuna solicitou acesso ao projeto de ligação Bingen x Quitandinha, mas a Prefeitura não forneceu. Durante o Fórum, um representante da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) disse que o projeto será implantado em caráter experimental por 90 dias. Mas ainda assim, sem apresentar quais serão as intervenções. 

    O governo interino respondeu à Tribuna que o projeto vai viabilizar a ligação Bingen-Quitandinha mais rapidamente, sem interferir no projeto maior que deve ser executado pela concessionária que vai assumir a BR-040, no novo processo que está previsto para ser realizado no ano que vem. Por enquanto, ao que tudo indica, a ligação passará por dentro da comunidade do Amazonas, e as intervenções incluem apenas mudança na sinalização e tráfego. 

    O governo interino disse ainda que há registros de interesse público na ligação desde 1941, e que a mudança “tem enorme impacto na mobilidade urbana do município, beneficiando toda a população”. 

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