Moradores denunciam maus-tratos a cachorro em Itaipava
Moscas, abrigo inadequado, água debaixo de sol e nenhum sinal de potes com comida. Foi assim que a diretora do Bem Estar Animal do município, Elizabeth Amorin, classificou as condições que vive um cachorro da raça Rottweiler, em um terreno onde está instalada uma antena de uma empresa de telefonia, localizado na Rua José da Rosa Rabelo, na Estrada das Arcas, em Itaipava. Apesar das condições, o cachorro não aparenta estar mal nutrido, mas está sujo e com carrapatos, parasitas que transmitem doenças graves tanto para os animais como para os seres humanos.
Segundo moradores da região, o cachorro foi deixado no local há cerca de 15 dias, com o intuito de proteger a antena. Na entrada do terreno uma placa da empresa Protecães, do Rio Grande do Sul, mostra uma prática que chegou à Petrópolis e já preocupa ONGs e entidades de proteção animal: o aluguel de cães. Para a presidente da AnimaVida, Ana Cristina Ribeiro, apesar de não ser ilegal no Estado do Rio de Janeiro, a medida oferece riscos aos animais escolhidos para o “trabalho”, e impede que eles tenham uma vida tranquila.
“Esse cachorro vive sozinho no terreno! De acordo com os moradores nenhuma pessoa é vista cuidando dele com frequência. Sabe-se que alguém vai lá algumas vezes na semana para colocar água, e provavelmente comida pois ele não está muito magro, mas não existe vasilha para a ração, e a única cobertura é uma casa de madeira que é pequena para o seu porte. Independente de qualquer coisa essa prática de alugar cães como cachorros para guardar imóveis é absurda. Nós da AnimaVida somos terminantemente contra isso. E por ironia cidades justamente do Sul, de onde é essa empresa, como Curitiba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Vitória, proibiram esse tipo de procedimento”, ressaltou Ana Cristina.
Quem convive diariamente com o cão se diz indignado. “É inadmissível que existam empresas ganhando dinheiro em cima de cachorros. Esse cão é muito dócil apesar das condições em que se encontra, mas ficamos preocupados com seu bem estar. Ele passa dias e mais dias sozinho, sem a companhia de outros cachorros nem de pessoas. Daqui a pouco se tornará arredio e quem sabe até agressivo. Gostaríamos muito que ao menos os cuidados com ele fossem feitos diariamente, o que temos certeza que não é realizado”, disse a professora Ana Paula dos Santos.
Já segundo o psicólogo Luiz Henrique de Sá, existe um homem encarregado do tratamento do cachorro. “Eu já vi essa pessoa dando água para o cachorro, e retirando as fezes do local. Porém para minha surpresa ele jogou tudo no terreno ao lado, e não deu banho no cão ou qualquer outro tratamento. Os carrapatos estão começando a ficar bem evidentes”, afirmou.
A maior preocupação dos moradores é com relação a hidratação do animal. Isso porque os dias têm sido de muito calor e a água do cachorro fica em um balde. “O sol bate direto na água, e se por acaso ele derrubar o balde ele morre de sede esperando a pessoa que cuida dele aparecer. Nem se quisermos conseguimos ajudar pois o local é todo cercado e tem um portão gradeado alto. Sem contar que é um terreno particular. Então o que podemos fazer é isso, denunciar”, contou o engenheiro Haroldo Castro.