• Moradores da Rua Uruguai convivem com insegurança após deslizamentos de pedras

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  • 24/ago 07:31
    Por Wellington Daniel | Foto: Wellington Daniel/Tribuna de Petrópolis

    Moradores da Rua Uruguai, no Quitandinha, convivem com a insegurança, após episódios de deslizamentos de pedras na localidade. Mesmo com cinco mortes nos últimos dez anos devido ao problema, as obras não avançam nem mesmo nas áreas já atingidas. A última ocorrência foi registrada no último dia 13, desta vez, sem vítimas, mas causou a interdição de cinco casas.

    Os primeiros rolamentos rochosos ocorreram em 2016, com o deslizamento de 3 mil toneladas de pedras, segundo a Defesa Civil. Na ocasião, duas pessoas morreram. As obras, à época, foram realizadas apenas em uma das três fases previstas. Em 2022, a 700 metros deste primeiro ocorrido, mais três pessoas morreram em outro deslizamento. Agora, em 2025, mais um ponto, que causou a interdição de mais uma área.

    De acordo com os moradores, outros pequenos episódios também foram registrados desde 2016. “É uma insegurança completa. A última, agora, mais recente, do nada, por volta das 19h, um barulho enorme e nem as pessoas que estavam do lado, que as pedras estavam no fundo, não sabiam que era ali na casa delas”, contou a secretária da associação de moradores do bairro, Maria Gouvêa, 69.

    A preocupação também é compartilhada com outros moradores do entorno da Pedra do Quitandinha, a pedreira da Rua Uruguai, ponto turístico da cidade e muito procurado para trilha. José Antônio Mouco, 66, mora na Rua Venezuela e já perdeu uma casa na tragédia de 1988. Agora, se preocupa com a fragilidade da estrutura rochosa. “É uma apreensão”, relatou.

    Associação de moradores debate a preocupação com novos rolamentos.
    Foto: Wellington Daniel/Tribuna de Petrópolis

    Após a tragédia de 2016, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ingressou com uma ação contra a Prefeitura de Petrópolis para tentar obrigar a realização de obras na primeira localidade atingida. Entre idas e vindas, e diversos recursos, veio a tragédia de 2022. Com isso, o Estado ficaria responsável pelas obras deste novo local.

    Em janeiro, o Estado informou, no processo movido pelo MPRJ, que estava marcada a licitação para a escolha da empresa responsável pelas intervenções. No entanto, o pregão foi suspenso sem data definida. Agora a Promotoria de Justiça tenta a inclusão do governo estadual no polo passivo (ou seja, como réu) juntamente com a Prefeitura.

    “Eu sei que para fazer uma obra em uma pedreira inteira é uma loucura, mas se começasse aqui, onde teve a queda em 2016. Depois, caiu em 2022, faz aquele trecho que está mais em risco. Não tem como adivinhar onde vai cair, mas, fazendo aos poucos, já vai dando segurança e desinterditando os trechos que já estão protegidos”, afirmou Maria Gouvêa.

    Do Hotel Quitandinha, é possível avistar a Pedra do Quitandinha, muito procurada para trilhas e de onde descem as pedras para a Rua Uruguai.
    Foto: Wellington Daniel/Tribuna de Petrópolis

    Após o novo deslizamento neste mês, a Prefeitura realizou uma vistoria técnica na rua, com técnicos da Defesa Civil municipal e a parceria da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas (SEIOP) e do Departamento de Recursos Minerais (DRM). Um voo de drone e estudos de topografia serão feitos para elaboração dos projetos.

    O DRM informou que os documentos resultantes dessa vistoria foram enviados ao município e ressaltou que não é atribuição do departamento a realização de obras.

    A Prefeitura de Petrópolis e a SEIOP não retornaram os contatos da reportagem até a última atualização.

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