• Moradores da Posse fazem abaixo-assinado pedindo médicos

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  • 08/06/2017 11:00

    Moradores da Posse fizeram um abaixo-assinado pedindo o retorno de especialidades médicas para o ambulatório do posto de saúde do distrito. O documento, que já conta com mais de 1,5 mil assinaturas, pede a volta dos psicólogos, pediatra, ginecologista e fisioterapeuta, que há pelo menos dois meses foram transferidos para outra unidade, segundo moradores.

    A líder comunitária Tânia Kling, que organizou o documento, lamenta a situação. “Nós somos um povo muito necessitado. A Posse hoje está esquecida, abandonada. Não temos médico direito e o pouco que tínhamos antes já perdemos, porque foram para outras unidades. Enquanto isso nós ficamos aqui, jogados. Há 25 anos tínhamos um psicólogo aqui que entendia muito bem o nosso povo. Há oito anos tivemos outra excelente psicóloga. São pessoas que fizeram parte da rotina da nossa comunidade. Pessoas de confiança que foram retiradas daqui”, explicou.

    Tânia, que é mãe de uma criança com necessidades especiais, iniciou a mobilização em prol da comunidade por meio de um grupo no whatsapp. “Fizemos um grupo e colocamos a população interessada no bem da comunidade. Lá, conseguimos muitas assinaturas e o nosso movimento tomou força. Queremos cuidar das nossas crianças. Não pedimos nada demais. Não precisamos ficar saindo da Posse para procurar atendimento em outro bairro ou em outra cidade. Sempre tivemos nosso posto aqui e não queremos que isso mude”, completou Tânia.

    A notícia da transferência dos profissionais foi dada aos moradores durante tentativa de marcação de consulta. “Ficamos sabendo no susto, quando chegamos lá e eles nos avisaram. A partir daí fizemos o abaixo-assinado”, explicou Tânia. 


    Urgência precária

    A urgência do posto de saúde, que deveria receber os pacientes e garantir a transferência ao hospital mais próximo, também é alvo de inúmeras críticas dos moradores. A dona de casa Lorraine Souza, de 32 anos, disse já ter desistido de buscar atendimento na unidade. “Não perco tempo. Quando tenho problema de saúde ou alguém da família passa mal a gente recorre ao Hospital de Areal. Sair daqui para ir a Pedro do Rio ou até outra unidade de Petrópolis não dá. Gastar R$ 40 de gasolina ou pegar três ônibus para ir ao pronto socorro é um absurdo. Prefiro ir em Areal”, explicou.

    Segundo ela, por pelo menos três vezes ela se deparou com as portas do posto fechadas. “Cheguei lá três vezes tentando ser atendida e não consegui nada. Aí desisti. Não vou mais lá. Resolvo tudo em Areal”, disse. 

    Cópias do abaixo-assinado foram entregues nos gabinetes do prefeito, secretário de Saúde e também de alguns vereadores.


    Prédio novo abandonado

    Um prédio que fica bem ao lado do PSF da Posse, construído no ano passado com o objetivo de sediar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com uma nova equipe para atender aos pacientes do distrito, ainda está parado. “É um monstro de pedras que não funciona. Fizeram o posto com a promessa de que seria a nossa extensão do Alcides Carneiro, mas mudou a gestão e não deram continuidade. Nesse meio tempo ficamos como? Sem atendimento? Precisam dar um basta!”, completou Lorraine.

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