• Moradores da BR-040 pedem apoio do poder público para impedir demolições de casas

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  • 03/09/2019 14:25

    Com processos que tramitam há anos na Justiça, as famílias que vivem às margens da BR-040 buscam uma solução junto à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e a Concer. Ontem, mais de cinquenta pessoas fizeram uma manifestação em frente à Prefeitura, pedindo o apoio do governo municipal e dos vereadores para a suspensão das ações de demolição. 

    Hoje já existem 46 ações demolitórias, 6 delas já com ordem do trabalho paera cumprimento da sentença. Segundo a advogada do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), Daniele Linden, duas famílias podem ter a casa demolida há qualquer momento. A diarista Marcele Rodrigues falou sobre a preocupação com a situação de sua mãe, que mora nas margens da BR-040. “Minha mãe mora há 16 anos lá. Ela não tem como pagar aluguel. Vejo minha mãe sofrendo, chorando. Ela acabou de comprar mobília para a casa e não tem para onde ir”, disse, apreensiva. 

    Leia também: Depois de 20 anos, família vê casa construída às margens da BR-040 ser demolida

    A mãe de Marcele é uma das mil famílias que estão nesta situação. São cerca de 300 processos que estão tramitando na justiça, alguns desde 2010. A advogada do CDDH disse que em todos estes anos foram feitas diversas tentativas junto à ANTT para a suspensão das ações de demolição, que foram recusadas. Recentemente, a agência sinalizou concordar com a redução da faixa de domínio da BR-040. “A preocupação é que, ainda que a faixa de domínio seja alterada, as ações não sejam suspensas e a famílias tenham que deixar suas casas”.

    Moradora da região há mais de 20 anos, Amélia da Silva Machado mal dorme por conta da apreensão em relação ao futuro. Ela e marido, de 70 anos, lutam para ficar na casa que construíram e mantém todos estes anos. “Agora pago o preço de ter construído minha casa com meu esforço. Já passei por muitos problemas de saúde e ainda passo. Sou deficiente e tenho dificuldade para sair de casa e ainda cuido do meu marido. Não tem sido fácil. O que estão fazendo com a gente é um crime”, lamentou. 

    A concentração foi por volta de 15h, em frente a Câmara Municipal. As famílias carregaram cartazes pedindo solução para as famílias. Daniele disse que os moradores vêm tentando o benefício do aluguel social e têm recorrido à Defensoria Pública, mas até agora somente uma família conseguiu receber o benefício. 

    Na última semana, o vereador Silmar Fortes procurou os moradores e elaborou um documento de apoio, que conta com a assinatura de todos os vereadores. Segundo  Daniele, a Prefeitura também tem sinalizado apoio às famílias. O CDDH, desde o início, acompanhou e deu assistência aos moradores. Os manifestantes finalizaram a manifestação no pátio da Prefeitura, na Avenida Koeler. 

     

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