Moradora do Vicenzo Rivetti tem apartamento alagado; obras só serão realizadas em 2022

Uma espera que parece nunca ter fim para os moradores do Conjunto Habitacional Vicenzo Rivetti. Foram anos sonhando com a casa própria e, agora, um pesadelo à espera de consertos. Nesta segunda-feira (13), a moradora Adriana Maria Teodoro, que mora no bloco 6 do condomínio 2, compartilhou vídeos do banheiro de seu apartamento alagado por causa de um vazamento no teto. A Caixa Econômica diz que deve finalizar a licitação para contratação de uma empresa para fazer as obras emergenciais ainda neste ano, mas ao que tudo indica, os danos – que se agravam há meses – só serão reparados no ano que vem. 

“Está complicado de verdade”, desabafou Adriana, que está vendo a cada dia aumentar as infiltrações e vazamentos no seu apartamento. “Na casa da minha vizinha, no terceiro andar aqui do bloco 6, abriu um buraco no teto, e a água cai sobre a pia dela. Toda hora que abrem as torneiras no andar de cima, a água jorra”, contou. Pelo lado de fora do prédio, na quina da parede, uma água turva, aparentando esgoto, mina diariamente. “Mesmo com o sol, a calçada fica toda molhada”, relata.

As denúncias sobre os problemas construtivos dos apartamentos do Conjunto Habitacional, que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida, atual Casa Verde e Amarela, do Governo do Federal, são denunciados desde o ano passado, desde a mudança dos primeiros moradores. Problemas nas instalações elétricas, hidráulicas, colocação do gesso, janelas trincadas, uma lista extensa de problemas enumerada por quem convive todos os dias com o problema. 

Em agosto, o rompimento de uma tubulação hidráulica atingiu pelo menos oito apartamentos do Condomínio 1. Um mês após esse episódio, um funcionário da empresa AJR Administração de Condomínios e Empreendimentos LTDA, disse em uma audiência pública realizada na Câmara Municipal que os prédios não tinham condições de serem entregues no ano passado, por terem risco de explosão. Até hoje, Câmara dos Vereadores, Prefeitura e Caixa Econômica não conseguiram explicar o que aconteceu. 

A preocupação mais recente são as infiltrações na área externa do Condomínio 2, onde há uma infiltração. Todas as denúncias relatadas pelos moradores, e noticiadas pela Tribuna, há meses, são objeto de um inquérito civil aberto pelo Ministério Público Federal, pelo procurador da República Charles Stevan da Motta. 

A Caixa informou à Tribuna que o processo licitatório para a contratação de nova Construtora, conforme regra prevista no Programa Minha Casa, Minha Vida – Faixa 1 – FAR, para sanar os vícios construtivos verificados nas unidades habitacionais dos Residenciais Vicenzo Rivetti 1, 2 e 3, está em fase final, com conclusão prevista para dezembro de 2021. E caso não haja apresentação de proposta por empresas neste processo, será realizado novo chamamento público.

De acordo com o banco, a Construtora AB Empreendimentos Ltda., responsável pelos reparos nos condomínios, não atendeu às reclamações dos clientes, e, por isso, foram aplicadas sanções administrativas. Agora, a empresa, assim como seus sócios, foram impedidos de operar em novos projetos com a Caixa.

Já a Prefeitura, disse que vem acompanhando as demandas junto aos moradores e cobrando da Caixa Econômica Federal celeridade no início das intervenções no local. O município afirma que as equipes técnicas têm acompanhado as demandas dos moradores e faz o acionamento da Caixa para atualização das informações sobre o espaço e diálogo sobre as demandas. Ainda segundo a Prefeitura, na última semana, a equipe da Defesa Civil esteve no local para verificar questões relacionadas à infiltrações. As recomendações de reparos e reavaliações periódicas foram encaminhadas imediatamente à Caixa.

A Prefeitura disse ainda que também vem atuando no Conjunto com ações intersetoriais, envolvendo Saúde, Assistência Social e Conselho Tutelar, entre outros. Tudo por meio das reuniões do GIPP – Grupo Intersetorial do Poder Público, que faz parte do Programa Minha Casa Minha Vida, atual Casa Verde e Amarela.