Morador de rua é esfaqueado na porta da Catedral
Na manhã de segunda-feira, um homem identificado como Rafael da Costa Medeiros Ferreira foi esfaqueado no jardim da Catedral São Pedro de Alcântara. O crime aconteceu na avenida Ipiranga, enquanto Rafael dormia nas escadas da última porta da igreja.
O socorro foi realizado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 7h10. A vítima era do Rio de Janeiro e foi encaminhada para o Hospital Santa Teresa. A unidade informou que notificou os órgãos competentes, mas não há registro na Polícia.
O único documento deixado para trás junto com a mochila de roupas e o pote no qual pedia comida foi uma carteira de trabalho. Nela consta que Rafael é natural de Nilópolis, região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Os motivos da vinda para Petrópolis nunca foram comentados pelo rapaz. A motivação para o crime é uma incógnita para quem o conhece. De acordo com o funcionário da Catedral, Durval Souza, segunda-feira de manhã, quando chegou para trabalhar, Rafael estava sentado na calçada encostado em uma das muretas e ensanguentado. Ele tinha um corte na cabeça e instantes depois do pedido de socorro, uma ambulância dos Bombeiros chegou ao local. “Assim que abri a porta ele me pediu socorro e disse que tinham esfaqueado ele enquanto dormia.
Ele estava ferido apenas na cabeça e com a blusa cheia de sangue. Liguei para o Samu, mas enquanto ainda estava ao telefone, os Bombeiros chegaram e prestaram o primeiro atendimento, depois o levaram para o hospital. Provavelmente alguém que veio no banheiro fez a ligação”, fala.
Rafael estava dormindo na porta da Catedral há pelo menos três meses. Reservado, embora simpático, ele não contou aos funcionários da igreja o motivo de recorrer às ruas. Quem conhecia Rafael estranhou o acontecido, já que nunca o viram envolvido em brigas. “Assim que abria as portas, ele juntava as coisas dele e ia embora. Ele é tranquilo e às vezes lê e vai às missas da manhã. Trabalho aqui há oito anos e nunca vi isso acontecer antes”, disse Durval.
A funcionária da Comdep, Maria Roseli Casimiro, que cuida dos banheiros do local, também sentiu o acontecido e disse que quando chegou já tinham levado Rafael para o HST. “Ele é educado, está sempre limpinho, toma banho e escova os dentes. É caprichoso e as meias dele são clarinhas.
Ele se dá bem com todo mundo e sempre quando eu chego ele me pergunta se eu trouxe café. Conversamos poucas coisas. Ele nunca ‘abriu o livro’, perguntamos por que ele está aqui e ele nunca falou. A única coisa que sabemos é que ele tem pai e mãe. Ele sempre me pede para orar por ele”, conta.
De acordo com a secretária da Setrac, Fernanda Ferreira, não há um número certo de quantos moradores estão em situação de rua. “Temos pouca população de rua. Temos muitas pessoas que vêm ao município e estão de passagem ou dependentes químicos que precisam de um atendimento especializado”, disse