• Moody’s corta previsões para crescimento do PIB dos EUA em 2022 e 2023

  • 25/07/2022 13:51
    Por André Marinho / Estadão

    A Moody’s cortou as previsões para o crescimento da economia dos Estados Unidos este ano e no próximo, como resultado da política monetária cada vez mais restritiva para conter a escalada da inflação. Na visão da agência, a desaceleração da atividade reflete fatores fora do controle do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), como gargalos de oferta e avanço dos preços de energia.

    Segundo relatório, a instituição reduziu a projeção para alta do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2022, de 2,8% a 2,1%, e em 2023, de 2,3% a 1,3%. De acordo com a análise, a taxa de desemprego deve subir do “baixo nível” atual de 3,6% a 4,0% no ano que vem, por conta do enfraquecimento do ritmo de contratações e aumento na força de participação no mercado de trabalho.

    A Moody’s prevê ainda que a inflação ao consumidor seguirá elevada, mas arrefecerá da taxa anual de 9,1% em junho a 7,0% no final deste ano e a 2,3% no fim de 2023.

    Sem recessão

    O aperto da política monetária do Fed deve desacelerar o crescimento econômico dos EUA, mas não empurrar o país a uma quadro de recessão, avalia a Moody’s. “No geral, a força fundamental da economia desmente a ideia de que uma recessão é iminente ou um cenário já garantido”, explica a agência.

    A instituição, no entanto, entende que a desaceleração na atividade é necessária para que haja um modelo de crescimento mais sustentável. Segundo a análise, a volatilidade macroeconômica deve persistir ao longo do ano, com oscilações bruscas nos indicadores. “Resta saber se os fundamentos atualmente fortes ajudam o economia a aguentar o aperto monetário em curso e resistir a choques externos”, ressalta.

    A Moodys acrescenta que, apesar dos riscos, os EUA ainda podem evitar um cenário de estagflação, isto é, período prolongado de crescimento econômico lento combinado com inflação elevada. De acordo com a agência, o contexto atual é diferente da década de 1970, porque a taxa de desemprego segue baixa e há mais clareza sobre a eficácia da política monetária.

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