• Moderação externa e dúvidas com fiscal e Petrobras impedem Ibovespa de subir por minério

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  • 17/maio 11:36
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O Ibovespa abriu perto da estabilidade nesta sexta-feira, 17, com viés de baixa, em meio a um ambiente cauteloso no exterior depois de falas duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na quinta-feira. Nesta sexta, outras autoridades do Fed falarão, o que poderá ajudar nas apostas para o início de queda dos juros americanos.

    Um grau maior de volatilidade no início da tarde não pode ser descartado, principalmente devido ao vencimento de opções sobre ações nesta sexta-feira, além da agenda de indicadores esvaziada. Ainda assim, por ora, o Ibovespa pode fechar a semana com ligeira alta, após recuo na passada.

    A despeito da valorização do minério de ferro, em Dalian, e do anúncio de medidas de estímulos na China, preocupam os novos sinais de desaquecimento do consumo do gigante asiático. Da mesma forma, ficam no foco as continuadas incertezas na Petrobras e com as políticas monetária e fiscal do Brasil.

    “Por ora, não há novidades que justifiquem a queda do Ibovespa, só fluxo em cima de Petrobrás e alguns bancos, com somente as ações da Vale tendo bom desempenho”, descreve Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

    Ainda há desconfiança em relação a como será a atual gestão da estatal sob o comando de Magda Chambriard, indicada pelo presidente Lula para assumir o cargo no lugar do demissionário Jean Paul Prates.

    Ontem, o Índice Bovespa fechou com alta de 0,20%, aos 128.283,62 pontos, mesmo com a nova queda nas ações da Petrobras (ON -1,82%, PN -2,84%). Para Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, o Ibovespa precisa passar os 130 mil pontos para ganhar tração e almejar o recorde próximo dos 135 mil pontos. Porém, há dúvidas internas elevadas.

    Em sua primeira entrevista após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse com exclusividade ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e ao jornal O Estado de S. Paulo que trabalha para terminar o mandato com a expectativa da inflação na meta, mas ponderou que “garantir resultados é difícil”. Nesta manhã, Campos Neto participa de conferência em Brasília.

    Fica no foco ainda o anúncio, ontem à noite, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que será mantida a desoneração da folha de salários dos municípios este ano. O impacto estimado é de R$ 7,2 bilhões aos cofres da União.

    Em meio à alta de 2,18% do minério de ferro em Dalian, as ações da Vale subiam 1,40% perto das 11h30, com Petrobras cedendo entre 0,75% (PN) e 1,32% (ON), apesar da leve alta do petróleo.

    “O investidor estrangeiro pode estar desembarcando de Petrobras e o Copom de maio ainda continua repercutindo”, diz Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, ao referir-se à saída de recursos estrangeiros da B3, especialmente das ações da Petrobras, e ao placar dividido na última decisão de juros no Brasil, em maio.

    Além disso, Takeo ressalta os temores com a inflação dos EUA, após falas duras da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, ontem. “A inflação americana não está caindo no ritmo que gostariam e há deterioração das expectativas. Isso contribui negativamente. Hoje tem novas falas de dirigentes do banco central americano, temos de acompanhar”, avalia o analista da Ouro Preto.

    No horário citado acima, o Ibovespa cedia 0,07%, aos 128.165,37 pontos, ante recuo de 0,46%, na mínima aos 127.696,11 pontos e depois de subir 0,14%, na máxima aos 128.463,70 pontos.

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