• Mirandinha, figura inesquecível

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  • 22/06/2016 12:30

    Mirandinha partiu há mais de um ano e, em razão de tão grande perda, já nos pronunciamos através deste mesmo jornal a respeito dessa figura extraordinária; deixou um grande vácuo não só com relação à família como também, aos amigos que ficaram.

    Acompanhamos o trabalho jornalístico de Oswaldo de Miranda e Silva, é certo que no final de sua carreira através da Folha Carioca, publicação que fazia questão de nos remeter, periodicamente.

    O jornalista em causa sempre esteve ligado à Petrópolis muito embora nesta cidade não mais residisse, já que se transferira para o Rio de Janeiro há muitos anos.

    Justamente, na Folha Carioca, sobressaiu-se na condição de importante colaborador, por intermédio de suas crônicas e dos bem lançados artigos, diga-se de passagem, à maneira de sua personalidade, afável e brincalhona.

    Dos muitos exemplares recebidos ainda temos sob nossa guarda alguns deles, podendo destacar crônicas intituladas: o “Getúlio(s)”; Melhor professor nos EUA é petropolitano”; “S. Excia. Embaixador Vinicius de Moraes”.

    Na crônica “Getúlio(s)” comenta acerca do filme em que o ator Tony Ramos desempenha o papel com absoluta perfeição; era o próprio Presidente. 

    Aproveita, ainda, para tecer considerações a propósito da vida do Presidente Vargas lembrando que no dia 3 de abril de 1933, “…Getúlio a caminho do verão em Petrópolis, na serra, altura do 3º viaduto, em meio a vasto temporal, pedra de algumas toneladas rola da montanha, caindo exatamente sobre o carro, matando o ajudante de ordens e fraturando as pernas do presidente e de sua esposa, Dona Darcy”.

    E conclui: “… o incrível acidente, claro, ganhou intensa repercussão, mas o próprio Getúlio escreveria um bilhete, no hospital, dirimindo as dúvidas sobre atentado, e afirmando ter sido apenas acidente”.

    Uma curiosidade que, certamente, muitos desconhecem.

    Osvaldo Miranda participou, com brilhantismo, do programa Flávio Cavalcanti; faz recordar acerca de tal participação através de interessante crônica, sustentando: “…fiz um Repórter da História, juntamente com o ator Armando Nascimento no personagem Getúlio”.

    O jornalista ainda participou do programa Show sem limite, de J. Silvestre, na TV Tupi. E relata: “…preparei um garoto, o José Pinagé, com apostilas para responder sobre ele”. 

    Na condição de apreciador do ex-Presidente, através da crônica que ora se comenta, conclui: “Mais espaço houvesse, mais poderia contar sobre estas minhas passagens pela  vida do nosso maior estadista, Getúlio Vargas”.

    O poeta, meu pai, certa vez, por telefone, ao se dirigir a Mirandinha, como assim o chamava carinhosamente, dedicou-lhe como prova do mais sincero apreço, absolutamente correspondido, a seguinte trova:

    “Quando sincera, a amizade, / à medida que envelhece, / é inconteste verdade: cada vez, mais ela cresce”.

    E assim foi, na certeza de que ambos descansam em paz.

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