Ministro promete “fim da era de obras paradas” e retomada da Nova Subida da Serra em 30 dias: agora vai?

Foi em clima de festa e celebração que a classe política assistiu à assinatura do contrato do consórcio Elovias para administrar a BR-040 entre o Rio e Juiz de Fora. Durante o momento considerado “histórico” para a cidade, o ministro Renan Calheiros Filho lançou uma “agenda positiva” para tentar reduzir a rejeição do novo grupo, que mal assumiu e já está sendo visto pelos petropolitanos com desconfiança. Vestindo a camisa (ou melhor, o colete) da Elovias, Renan Filho prometeu a retomada das obras assim que a nova empresa assumir, em 30 dias; além de voltar à cidade daqui a um ano para ver se as coisas andaram – nesse caso, a gente acha que ele vem só como turista, uma vez que não poderá cobrar como ministro, já que Renan precisará se licenciar do cargo para ser candidato ao Governo de Alagoas, como confirmou recentemente. De bravata em bravata, a única certeza que o cidadão tem é a do aumento do pedágio para R$ 17. A ANTT relutou para admitir e a notícia acabou sendo a “cereja do bolo” da inauguração. 

Sociedade precisa cobrar mais para não repetir erros da Concer

Partisans querem muito acreditar que tudo irá acontecer conforme foi prometido. Mas quem mora em Petrópolis tem, digamos, o coração machucado pelos 30 anos de promessas não cumpridas quando se trata da nossa principal ligação a dois dos maiores Estados do Brasil – Rio e Minas Gerais. A sociedade – incluindo aí todas as nossas autoridades municipais, estaduais, federais; além de sindicatos, associações e entidades de classe – precisa estar atenta e vigilante para que tudo o que foi dito ontem seja cumprido. É marcar na agenda, salvar as matérias e guardar os vídeos da inauguração. Desde 1995, a BR-040 foi concedida para a iniciativa privada e, desde então, se fala de Nova Subida da Serra, acabar com a obra do túnel, a já folclórica ligação Bingen-Quitandinha, fora o resto, e tudo se tornou uma grande bola de neve. Um novo contrato, no papel, é de fato a possibilidade de as coisas andarem. Mas, como estamos batendo na tecla, os sinais precisam ser mais claros e mais fortes. E, nesse sentido, a cerimônia de ontem foi pouco: é preciso ver na prática para dar crédito.

Sem perder a majestade

Quem estava sorrindo de orelha a orelha com a assinatura do novo contrato da BR-040 foi o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis. Mesmo sem ocupar cargo público, ele foi anunciado junto com as demais autoridades. Reis tem motivo para sorrir mesmo: graças à sua articulação, em 2014, Xerém ficou livre do pedágio, deixando a conta para quem precisa subir a serra.

Sem passar recibo

Em meio à notícia da prisão de um (agora ex) funcionário da Prefeitura por suposto envolvimento com o tráfico de drogas, nossas autoridades municipais tentaram não passar recibo. O governo municipal enviou nota cedo, assim que saiu a notícia, alegando que não sabia das atividades “paralelas” do cidadão. A agenda foi mantida, com presença na assinatura do contrato do consórcio Elovias para a gestão da BR-040.

Cautela e canja de galinha

A operação da Polícia Civil agitou a bolsa de apostas do mercado político e aqueceu o comércio, já que foi difícil achar Rivotril nas farmácias e drogarias. É aquela coisa: toda operação a gente sabe como começa e não sabe como acaba. É um mandado de busca e apreensão aqui, um telefone recolhido ali e o negócio pode render bastante.

Especulação imobiliária

Ontem teve tanto assunto que acabou despercebida a decisão do juiz da 4ª Vara Cível, Jorge Martins, que anulou o decreto que permitia a construção de um prédio residencial em um terreno da Rua Olavo Bilac, proibindo imediatamente a continuidade das obras. É um freio de arrumação importante, uma vez que estão sendo apuradas irregularidades complicadas, como a venda de apartamentos em uma faixa diferente do previsto no Minha Casa Minha Vida e falta de licenças. E joga luz para a necessidade de uma atenção maior para estas questões, fundamentais para o planejametno da cidade.

Mirando no que viu e acertando no que não viu

Partisans ontem falaram que Antônio César, o Bicho de Pau, está todo empolgado com a possibilidade de assumir uma vaga na Câmara e que o primeiro suplente de seu partido, o PRD, seria Wesley Barreto. A gente errou mas pode acabar acertando: o primeiro suplente na verdade é o secretário de Cultura, Adenilson Honorato. Mas o que se comenta nos palácios branco e amarelo é que Wesley estaria com um pé na Secretaria de Assistência Social. Adenilson permaneceria à frente de sua pasta, abrindo caminho para o ex-conselheiro tutelar.

Novo baque

Ainda não houve registro de casos em Petrópolis e pouca gente está se atentando a isso, mas os casos de pessoas intoxicadas por metanol após consumirem bebidas destiladas pode agravar ainda mais a crise vivida pelo setor de bares e restaurantes de Petrópolis, que já sofreu duro golpe recentemente com o fechamento da Cervejaria Bohemia. A situação está causando um certo pânico e muita gente está preferindo ficar só na cervejinha ou até mesmo na água para não correr risco.

Política na veia

Ontem a gente comentou aqui sobre o “olé” que a secretária de Educação, Poliana Ferrarez, deu em Léo França na apresentação do quadrimestre da pasta. Mas não fica só naquele momento: quem teve contato com ela garante que a moça não fica só na técnica, não: é desenrolada e tem jogo de cintura suficiente para lidar com a classe política e até driblar eventuais críticas ou pedidos sem noção.

Contagem

Estamos há 2 anos, 4 meses e 26 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.