• Ministro da Defesa defende atuação de ‘iniciativa privada’ em terra Yanomami

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  • 07/jun 19:19
    Por Tácio Lorran / Estadão

    O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu nesta sexta-feira, 6, que a iniciativa privada possa atuar na terra indígena Yanomami. Segundo o ministro, o governo não tem recursos suficientes para dar conta da região que é alvo de garimpo ilegal e exploração clandestina de madeira.

    “Nós ficamos lutando pela conquista de um território que nós poderíamos estabelecer que a iniciativa privada poderia nos ajudar na ocupação do território. O índio ganharia. Esse modelo seria brasileiro? Não, esse modelo é americano – Las Vegas é dos índios -, da Nova Zelândia, do Canadá, da Austrália. Esse modelo já funciona no mundo. Tirar os bandidos do processo e botar a sociedade para participar das áreas dos indígenas. Eles receberiam bem mais e as terras estariam preservadas”, disse o ministro.

    Maior terra indígena do País, o território Yanomami tem 9,5 milhões de hectares, o equivalente às áreas dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo juntos. No ano passado, 363 indígenas da etnia morreram, uma alta de 6% em relação ao ano anterior. A região é alvo constante de garimpo ilegal e desmatamento.

    “Precisamos ter um recurso enorme para cuidar de um patrimônio gigantesco que não vai produzir para nós, mas que o crime organizado está se estabelecendo no Amazonas, nas áreas de garimpo, nas terras que não podem ser plantadas. Então, é uma guerra perdida, pois a lei não nos protege”, disse Múcio.

    Segundo o ministro, as operações do Exército na Amazônia são “enxuga-gelos”. “Os desafios são permanentes, a gente vai, faz uma operação, não tem recursos para continuar e, quando a gente sai, começa tudo outra vez”, destacou.

    Múcio participou nesta tarde do Seminário Internacional sobre Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, em Brasília. O evento é organizado pelo Iree em parceria com o IDP. A mesa também contou com as presenças do comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, e do ex-ministro da Defesa general Fernando Azevedo e Silva.

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