• Ministério da Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialistas no SUS

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  • 11/jun 16:39
    Por Layla Shasta / Estadão

    O Ministério da Saúde anunciou que vai ofertar 3,5 mil bolsas de residência e educação para médicos. O objetivo é ampliar o número de profissionais especialistas no País e incentivar a atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco no atendimento para as regiões mais desassistidas. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, voltado à redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pública.

    Do total de vagas, 3 mil bolsas são para programas de residência médica. As atividades iniciam em março de 2026, conforme cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

    As outras 500 são para médicos já especialistas passarem a atuar imediatamente no SUS, com o recebimento de bolsas de educação de até R$ 10 mil por mês. Os interessados serão selecionados por meio de edital do Mais Médicos Especialistas, um dos eixos prioritários do programa, e vão passar por mentorias práticas. A previsão de início é em setembro, com carga horária de 20 horas semanais.

    De acordo com a pasta, as vagas são estratégicas e destinadas às áreas classificadas como prioritárias para o Agora Tem Especialistas: oncologia, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral, anestesiologia e apoio diagnóstico. Além disso, a prioridade de distribuição será para a Amazônia Legal, o Nordeste e regiões com número de especialistas abaixo da média nacional.

    As ações são uma resposta da pasta à edição deste ano da Demografia Médica no Brasil, que apontou desigualdades na distribuição de médicos especialistas pelo País. De acordo com a publicação, apenas 10% dos especialistas brasileiros atendem exclusivamente no SUS.

    Mais investimentos

    A pasta também afirma que vai destinar até R$ 200 mil para as Comissões Estaduais de Residência Médica para garantir a qualidade dos programas de residência. Essas comissões são responsáveis pela avaliação dos programas de residência médica de todo o Brasil, além de apoiar financeiramente coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados com foco inicial em anestesiologia, patologia e radioterapia.

    O ministério ainda poderá disponibilizar bolsas para novos programas e para programas já existentes.

    Ao todo, o ministério vai destinar R$ 260 milhões para ampliar o provimento e a formação de profissionais especialistas em regiões com menor cobertura assistencial.

    Parcerias

    Os médicos especialistas também poderão atuar em instituições parceiras consideradas de excelência, como o Hospital Sírio-Libanês, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento, HCor, AC Camargo Câncer Center e os hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

    Essas instituições vão funcionar como polos formadores, oferecendo suporte técnico, imersões presenciais, mentoria e acompanhamento pedagógico.

    A expectativa do governo é que o Agora Tem Especialistas se torne a principal marca do terceiro mandato de Lula na área da Saúde e traga resultados que possam ser capitalizados pela gestão no curto prazo.

    “Com essa nova modalidade de política pública de saúde, vamos reforçar a parceria com as instituições formadoras, com as entidades nacionais de medicina e com as sociedades de especialidades médicas, aproveitando ao máximo a estrutura dessas instituições”, destacou em nota o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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