• Ministério da Saúde adia 2ª etapa de vacinação contra a pólio para o dia 19 de setembro

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  • 11/07/2016 15:16

    Em nota, o Ministério da Saúde divulgou que a segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite será realizada no dia 19 de setembro. Inicialmente prevista para 22 de agosto, a mudança na data não comprometerá a saúde das crianças nem o efeito protetor da vacina aplicada na primeira etapa da campanha, realizada em 20 de junho. A decisão tem o objetivo de evitar uma sobrecarga ainda maior nos serviços de atenção básica, porta de entrada para os pacientes com suspeita de gripe, e contribuir para que a vacinação ocorra em um cenário mais tranquilo, com os trabalhadores da área em condições de dar prioridade ao trabalho de imunização. A orientação atende também a pedido de secretarias estaduais da Saúde dos Estados mais afetados pelo aumento do atendimento a pacientes com sintomas de gripe.

    “Embora nem todos os Estados apresentem sobrecarga no sistema de saúde por causa da Influenza A, optamos por adiar a campanha de vacinação em todo o País. Isso porque, quando realizada simultaneamente em todos os Estados, criamos uma rede de proteção e garantimos uma maior imunidade de grupo”, explica o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Gerson Penna.

    A previsão do Ministério da Saúde é que ocorra uma queda gradativa no número de casos da nova gripe, especialmente com o fim do inverno no País. Com a redução da demanda, a segunda etapa da vacinação infantil poderá ser realizada sem qualquer prejuízo, em setembro. Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda, nenhuma criança corre o risco de ser contaminada pela poliomielite por conta do adiamento da campanha. Ela ressalta que as crianças que tenham de tomar a dose de reforço devem esperar até o dia 19 de setembro. Já as que precisam tomar a dose de rotina da vacina devem procurar os postos de saúde na data indicada no cartão de vacinação.

    A segunda etapa da campanha nacional de imunização tem a meta de atingir cerca de 14,7 milhões de crianças – o que representa 95% das crianças menores de 5 anos. Em torno de 115 mil postos de vacinação, em todo o País, estarão envolvidos no processo. Serão aproximadamente 350 mil pessoas trabalhando na campanha, que contará com a utilização de 40 mil veículos (terrestre, marítimo e fluvial). A primeira etapa foi realizada em 20 de junho e atingiu 95,7% do público alvo.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há circulação do vírus da poliomielite no Brasil e em toda a América Latina. Esse resultado é uma consequência das campanhas de vacinação realizadas desde a década de 1980. Mesmo assim, é importante vacinar as crianças. “Nossa missão é garantir que o vírus da pólio continue eliminado”, afirma Maria Arindelita Arruda.

    Sobre a vacina – Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a poliomielite está disponível durante todo o ano nos postos de saúde e é também oferecida durante as campanhas de vacinação de rotina. Os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço. Mesmo assim, é importante que os menores de 5 anos de idade tomem anualmente as duas doses distribuídas na Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite.

    Esses reforços, segundo a coordenadora do PNI, são importantes porque a poliomielite é transmitida por três tipos de vírus. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um deles, com as várias doses, ela tem oportunidade de se proteger. O Ministério recomenda, de forma sistemática, que crianças que estejam com febre ou alguma infecção procurem um médico antes de receber as gotinhas. Sob orientação profissional, a vacinação desse paciente pode ser adiada para quando ele estiver melhor.

    Existe um movimento mundial de erradicação da pólio. Ela é uma doença endêmica, ou seja, sua transmissão é constante, em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benin, Angola, Togo, Burquina Faso, Níger, Mali, República Centro-Africana, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Democrática do Congo. Segundo Maria Arindelita, o fato de o Brasil ter comércio com alguns desses países faz com que exista um fluxo migratório entre as nações. Assim, não é porque a pólio está erradicada no Brasil que se pode agir com descaso. Portanto, é fundamental manter a vigilância e as crianças protegidas.

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