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  • 06/jan 08:00
    Por Afonso Vaz

    Lastreado na obra, “Vozes Poéticas de Minas”, mui especialmente na apresentação da mesma, fevereiro 2022, página 5, lê-se, “ipsis litteris”: “… O projeto Vozes Poéticas de Minas”, consagra produtiva parceria entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes e a Academia Mineira de Letras. Seu objetivo é valorizar a produção poética mineira, resgatando o inestimável legado de autores que honraram as melhores tradições literárias do Estado. Conhecer e divulgar a trajetória deles é gesto de apreço pela História e pela Memória, pela Educação e pela formação das nossas gerações”.

    Justamente, fundamentado nas valorosas assertivas e passando a folhear as páginas da obra em causa, pudemos nos deparar com verdadeiros ícones nascidos no estado de Minas Gerais, que se fizeram destacar sob os mais diversos matizes.     

    Assim é que passamos a citá-los: Alphonsus de Guimarães, Henriqueta Lisboa, Lina Tâmega Peixoto, Maria Lúcia Alvim. Lais Corrêa de Araújo, Abgar Renault e Carlos Drumond de Andrade.

    Na realidade, como enfatizado na obra “… autores que honraram as melhores tradições do Estado”.

    Permitimo-nos focalizar nossas considerações na figura de Abgar de Castro Araújo Renault, professor, educador, político, poeta e tradutor, nascido em Barbacena, Minas Gerais, em 15 de abril de 1901, tendo ocupado a cadeira 12 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1º de agosto de 1968 sucedendo José Carlos de Macedo Soares, renomado homem público, diplomata, sociólogo e historiador.

    Foi recebido pelo notável acadêmico Deolindo do Couto, médico  neurologista, professor e ensaista, em 25 de março de 1969.

    Abgar Renault fez parte, também, da Academia Mineira de Letras, da Academia Municipalista de Letras, da Academia Brasiliense de Letras e do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Stanford.

    Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 1993.

    Mas não foi só isso, eis que desempenhou ainda importantes funções, tais como de professor no Ginásio Mineiro de Belo Horizonte, na Universidade Federal de Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II e na Universidade do Distrito Federal.

    Na política, foi eleito deputado estadual à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, tendo ocupado, também, o cargo de Diretor da Secretaria de Interior e Justiça.

    Foi titular do cargo de Secretário de Educação e, mais tarde, nomeado para honra e glória do povo mineiro, Ministro da Educação e Cultura, sem deixar de mencionar que foi, outrossim, Ministro do Tribunal de Contas e distinguido, na terra mineira, na condição de Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.

    Na área literária, é de se registrar sua condição de exímio poeta, contemporâneo de Carlos Drummond de Andrade, tendo participado, inclusive, do movimento modernista.

    Vale consignar que “… apesar de ter a obra associada ao Modernismo, fazia uma poesia original, audaciosa, não formalista e não ligada a nenhuma escola poética. Era dos que não faziam questão de aparecer em público, mas sua qualidade literária se impôs nos livros que publicou”.

    Legou-nos Sonetos Antigos, (1968); a Lápide sobre a lua, poesia, (1968); A outra face da Lua, poesia, (1983); Poesia – Tradução e Versão, (1994), além de outras inúmeras obras.

    O valoroso mineiro que deixou marcada importante atuação não só para Minas Gerais, seu berço natal, mas, também, para o Brasil em razão dos importantes cargos e funções que fez desempenhar, inclusive perante a entidades fora do país, sem falar na sua condição de tradutor de poetas ingleses, norte-americanos, franceses, espanhóis e alemães, como noticia a obra por nós já mencionada.      

    Faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1995.

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