Michel: UE está pronta para medidas adicionais contra o Kremlin, caso necessário
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou nesta sexta-feira, 25, que a União Europeia está pronta para, se necessário, tomar medidas adicionais contra o Kremlin por conta da invasão da Ucrânia. Em coletiva de imprensa após a reunião de dois dias do Conselho Europeu, o belga disse que o objetivo das medidas contra a Rússia, incluindo as sanções, é que sejam “dolorosas” para a economia do país. Segundo Michel, é importante ainda que sanções sejam articuladas com países terceiros, “queremos sensibilizar para que sigam a mesma abordagem”, afirmou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o líder russo Vladimir Putin não esperava a “força e a velocidade da nossa reação”. A alemã indicou que o bloco tende a reforçar sanções contra Rússia e se tornar independente de sua energia. Segundo ela, as ações até o momento tomadas entraram “profundamente na economia russa e sugaram recursos para guerra”. A dirigente lembrou ainda que os países que aplicam sanções contra a Rússia no momento representam mais da metade do PIB global, o que é “significativo”, disse.
Sobre o acordo anunciado hoje para que a UE receba gás natural dos Estados Unidos, von der Leyen disse que o acerto tem potencial nos próximos anos para substituir grande parte das importações europeias do gás russo. Além disso, a dirigente disse que há consenso em acelerar a transição para energia verde.
Já no curto prazo, a alemã disse que uma série de opções para controlar preços de energia foi discutida, incluindo cortes de impostos e a distribuição de vouchers. Segundo ela, a grande motivação para a disparada nos valores é a volatilidade no mercado de gás. Questionada sobre um dos países mais afetados pela alta nos preços, a Espanha, von der Leyen afirmou que a “Península Ibérica possui situação muito especial”, inclusive pelo fato de junto a Portugal, os dois países possuírem “poucas interconexões”.
Sobre as medidas da UE, a presidente indicou o destino de 3,4 bilhões de euros para estados membros que estão recebendo refugiados ucranianos, além de 1 bilhão de euros do orçamento do bloco para ajuda militar na Ucrânia, além de recursos bilaterais que estão sendo fornecidos de forma independente.