• Mesmo após movimentação de rocha, ainda há famílias na Rua Nova

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  • 22/03/2022 05:00
    Por João Vitor Brum, especial para a Tribuna

    Após o alerta de movimentação da rocha de 6 mil toneladas acima da 24 de Maio no último domingo e o desabamento de duas casas, devido à chuva, o temor e a incerteza de moradores da Rua Nova e, de toda a região, só aumenta. Embora o polígono tenha sido interditado após a chuva do dia 15 de fevereiro, algumas famílias retornaram para as casas. Na incerteza sobre a veracidade de uma mensagem de alerta que circulava não oficialmente pelos grupos de mensagens, moradores não saíram de casa mesmo após o sistema alertar a movimentação. 

    Perto das 22h30 de domingo, dia 20, começou a circular em grupos de mensagens entre moradores de áreas de risco e equipes da Defesa Civil, um texto avisando que os sensores de movimento instalados na rocha teriam sido acionados, indicando movimentação da pedra, acompanhado de uma imagem com o polígono de risco remanescente delimitado. As mensagens circularam por mais de uma hora, durante a chuva, sem nenhuma confirmação pelos canais oficiais da Prefeitura. 

    Às 23h36, uma nota oficial foi enviada à imprensa confirmando a movimentação da rocha, lembrando que as interdições estão mantidas em função do risco na região, e informando que equipes da Defesa Civil já tinham se deslocado para a localidade para avisar os moradores sobre o risco. 

    Moradores voltam para o polígono de alto risco

    No dia 17 de março, quando a evacuação da região completou um mês, a Prefeitura anunciou que instalou um sensor de monitoramento na rocha. E em um intervalor de apenas três dias, o sensor apontou o movimento da pedra. Como o equipamento só foi implantado um mês após a primeira avaliação de alto risco para a área, não é possível estimar se houve movimentação neste intervalo de um mês após a tragédia.

    A instalação do aparelho, de acordo com a Defesa Civil, foi uma alternativa para a remoção das pedras, que seria de alta complexidade. O acompanhamento dos registros do sensor está sendo feito pelas equipes no Centro Integrado de Monitoramento e Operações de Petrópolis (CIMOP), na sede da Defesa Civil.

    De acordo com o órgão, a rocha tem cerca de 6 mil toneladas, em um tamanho aproximado de 2 mil metros cúbicos e faz parte de um complexo rochoso que pode somar 17 mil toneladas. O emissor capta inclinações a partir de 5 graus de movimentação. Para isso é utilizado um aparelho que conta com um sensor de movimento com acelerômetro, microcontroladores e softwares no próprio equipamento que enviam sinais para o aparelho receptor.

    Duas casas desabaram com a chuva de domingo

    Nesta segunda-feira, pelo menos cinco famílias já tinham retornado para a Rua Nova e outras retornaram apenas para retirar pertences. Parte deles alega que não conseguiu o benefício do Aluguel Social, enquanto outras pessoas têm enfrentado problemas em encontrar imóveis que aceitem o pagamento pelo benefício ou que aceitem animais de estimação.

    No morro acima da Rua Nova, é possível ver de longe o novo deslizamento. Pelo menos duas casas foram levadas e outras tiveram estruturas abaladas. Entre os moradores, há quem tenha ido para abrigos, outras estão na casa de parentes, aqueles que conseguiram um novo imóvel pelo aluguel social ou quem voltou para as casas mesmo com as interdições.  

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