• Mercadante: Precisamos tirar a BNDESPar do balanço do BNDES; estamos negociando com a Fazenda

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  • 22/06/2023 20:24
    Por Gabriel Vasconcelos e Denise Luna / Estadão

    O presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse que a solução para o BNDES aumentar o volume de financiamento à Petrobras é “retirar” o seu braço de participações, o BNDESPar do balanço do banco público.

    Segundo Mercadante, essa separação está em negociação com o Ministério da Fazenda porque há “questões técnicas envolvidas”. “Precisamos tirar o BNDESpar do balanço do BNDES. Se fizermos isso, vamos ter muito espaço para financiar a Petrobras diretamente”, afirmou.

    Mercadante acrescentou que o arranjo pretendido está alinhado à realidade dos maiores bancos do País. “O Itaú tem a Itaúsa, o Bradesco tem o Bradespar e o Banco do Brasil tem seu braço de participações. As ações que estão nessas empresas não contaminam o balanço dos bancos, porque é renda variável”, disse. “É separar em duas empresas, ter o BNDESPar com CNPJ próprio”, disse.

    Questionado sobre os limites de exposição para financiamentos do BNDES, Mercadante afirmou que o BNDES está dentro do limite e tem espaço para financiar a Petrobras e que não há hipótese do banco vender ações da estatal.

    Sobre o BNDESPar, ele afirmou que houve um desinvestimento muito intenso nos últimos anos que concentrou a carteira em quatro empresas, o que deve ser diversificado à frente. “Nosso esforço será de buscar desconcentrar (a carteira de ações do BNDESPar)”, disse.

    Biorefino e eólica offshore

    O presidente do BNDES especificou que o banco tem interesse em financiar a expansão da Petrobras nas frentes de biocombustíveis, combustíveis de última geração, como o diesel R, e eólica offshore.

    “Faz todo sentido o banco financiar biorrefinaria ou eólica offshore. Se (a Petrobras) entrar em eólica offshore, vamos estar na linha de frente porque temos muita experiência em eólica no Brasil, financiamos dois terços do parque eólico (onshore) do País”.

    Ele observou que, se o País tiver planos de produzir hidrogênio verde para exportação, vai precisar dobrar a capacidade de geração de energia elétrica atual. “Vamos entrar nesse debate de eólica offshore, em um País que pode liderar hidrogênio verde”, disse.

    Entre as contribuições técnicas, ele disse que o banco pretende auxiliar na convergência entre MME e Ibama, sem citar especificamente o avanço exploratório sobre a Margem Equatorial.

    Financiamento a fornecedores da Petrobras

    Mercadante acrescentou que, apesar das limitações de momento para expandir o financiamento à Petrobras, já é possível contribuir com empréstimos para os fornecedores da estatal, fortalecendo sua cadeia local.

    “No crédito já podemos fortalecer a rede de fornecedores (da Petrobras). Aí há um desafio, porque muitos fornecedores estão deixando de atuar no setor”, disse.

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