• Mendonça tem maior número de votos contrários no Senado entre os indicados ao STF

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 02/12/2021 10:08
    Por Redação / Estadão

    Segunda indicação do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça vai assumir uma cadeira na Corte como o ministro que mais teve votos contrários no Senado. O placar de 47 a 32 ficou abaixo da expectativa de aliados do ex-ministro da Justiça, apenas seis a mais do que ele precisava para ser aprovado. Antes da votação, pastores e senadores governistas contabilizavam o apoio de ao menos 55 parlamentares.

    Até então, apenas o ministro Edson Fachin havia registrado mais de vinte votos contrários. Ele foi aprovado pelo placar de 52 x 27, ou seja, um terço dos senadores rejeitou que ele virasse ministro. Na época da indicação, em 2015, a então presidente Dilma Rousseff (PT) já não tinha mais uma boa relação com o Congresso, que no ano seguinte aprovaria o seu impeachment. A indicação de Alexandre de Moraes pelo ex-presidente Michel Temer, em 2017, embora também criticada na época, passou com mais folga – 55 x 13.

    Entre os ministros indicados após a redemocratização, apenas Celso de Mello registrou a mesma quantidade de votos a favor: 47.

    Apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, a aprovação de Mendonça representa a vitória do Palácio do Planalto na queda de braço com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que travou por quatro meses a sabatina.

    Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, de Brasília, Mendonça chegou ao Senado disposto a vestir o figurino de magistrado que faz acenos à classe política e à ala contrária à Operação Lava Jato e, em alguns momentos, chegou até mesmo a se “descolar” de Bolsonaro. Ex-ministro da Justiça, ele passou oito horas por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de ter a indicação submetida ao plenário.

    Na CCJ, Mendonça teve o nome aprovado por 18 votos a 9, quando precisaria contar com o aval de no mínimo 14 senadores, dos 27 que integram o colegiado.

    Em seu primeiro pronunciamento após ser confirmado pelo Senado, o novo ministro do Supremo ressaltou ontem o peso de sua chegada à Corte para os evangélicos. “É um passo para um homem, mas na história dos evangélicos do Brasil, é um salto. Um passo para um homem, um salto para os evangélicos”, disse, numa referência ao que declarou astronauta Neil Armstrong quando pisou pela primeira vez na lua, em 1969: “É um pequeno passo para um homem e um grande salto para a Humanidade”.

    PLACAR NO SENADO DOS INDICADOS AO STF

    – André Mendonça – 47 x 32

    – Nunes Marques – 57 x 10

    – Alexandre de Moraes – 55 x 13

    – Edson Fachin – 52 x 27

    – Luis Roberto Barroso – 59 x 6

    – Rosa Weber – 57 x 14

    – Luiz Fux – 68 x 2

    – Dias Toffoli – 58 x 9

    – Cármen Lúcia – 55 x 1

    – Ricardo Lewandowski – 63 x 4

    – Gilmar Mendes – 57 x 15

    Últimas