• Membros da inteligência de Israel acusam Netanyahu de ‘condenar reféns à morte’

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  • 11/jun 16:36
    Por dsds / Estadão

    O governo de Binyamin Netanyahu está emitindo ordens “ilegais” que não devem ser obedecidas, segundo um grupo de oficiais da inteligência militar de Israel, que anunciou que não iria mais participar das operações israelenses na Faixa de Gaza em uma carta divulgada na terça-feira, 10.

    O documento foi assinado por 41 oficiais e reservistas e enviado a Netanyahu e ao ministro da Defesa, Israel Katz. Os militares afirmaram que o governo israelense estava travando uma “guerra eterna e desnecessária em Gaza”.

    A carta do grupo de israelenses aponta que eles se recusam a participar de um conflito que está destinado a “preservar o governo de Netanyahu” e a manter “elementos antidemocráticos em seu governo”.

    Os oficiais que assinaram o documento não foram identificados, mas eles são membros do comitê de inteligência das Forças de Defesa de Israel (FDI), que desempenhou um papel na seleção de alvos para bombardeios em Gaza.

    O grupo também disse que o governo de Netanyahu deu uma “sentença de morte” aos reféns israelenses que seguem em Gaza quando optou por quebrar o acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas em março.

    Segundo a carta, muitos sequestrados foram mortos por bombardeios do Exército de Israel. 55 reféns israelenses seguem em Gaza, mas apenas 20 são considerados vivos.

    A guerra na Faixa de Gaza já deixou mais de 55 mil mortos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de combatentes. O conflito começou no dia 7 de outubro de 2023 após ataques terroristas do Hamas no sul de Israel, que deixaram 1,2 mil mortos e 250 sequestrados.

    Plano para ocupação de Gaza

    A divulgação da carta ocorre um mês depois do gabinete de segurança aprovar um plano para convocar mais reservistas do Exército israelense e aumentar o controle militar de Gaza.

    De acordo com o documento, Israel forçaria o deslocamento dos 2 milhões de palestinos que vivem no território para uma zona humanitária no sul de Gaza, perto da fronteira com o Egito. O resto do território seria ocupado por Israel para a destruição de toda a infraestrutura militar e túneis do Hamas.

    A crise humanitária em Gaza tem chocado cada vez mais a comunidade internacional. Um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), agencia apoiada pela ONU, divulgou no começo de maio que a população inteira do território palestino corre “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de segurança alimentar”.

    Após o fim do cessar-fogo, em março, o governo israelense bloqueou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, alegando que se tratava de uma estratégia para pressionar o Hamas a libertar os reféns, mas voltou a entrar e voltou a permitir a ajuda em maio.

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