Melhora de desempenho e crédito elevam caixa das empresas gigantes
Entre as empresas que mais elevaram a poupança financeira em 2020 estão Petrobrás, Vale, Ambev e JBS. Só essas quatro companhias conseguiram elevar em R$ 50 bilhões o volume disponível até o terceiro trimestre do ano passado, segundo o levantamento do Cemec-Fipe.
Nessas gigantes, o crescimento da poupança financeira é atribuído a uma série de fatores, desde a captação no mercado de capitais até a melhora operacional das empresas, como foi o caso da Vale. A mineradora afirmou que o aumento do “caixa e equivalentes de caixa (forma contábil usada nos balanços)” é resultado do melhor desempenho da companhia no período, que foi beneficiada pelo preço internacional das commodities e pela desvalorização do real.
Na Ambev, a expansão da poupança financeira está associada à busca de recursos no Brasil e no exterior. Com o avanço acelerado da pandemia, a empresa decidiu elevar sua liquidez e garantir uma travessia mais tranquila durante o período. No segundo trimestre de 2020, a administração da companhia aprovou a contratação de empréstimos para financiar o seu capital de giro.
Para isso, foram feitas emissões de notas promissórias comerciais e a contratação de cédulas de crédito bancário, entre outras modalidades de empréstimos. Parte do volume captado, no entanto, foi liquidada antecipadamente no quarto trimestre.
No caso da Petrobrás, o aumento do volume disponível se deve a um conjunto de medidas para reduzir os impactos da pandemia. Com a redução abrupta dos preços e da demanda de petróleo e combustíveis, a companhia optou pela redução de desembolsos (como a prorrogação do pagamento de impostos, permitidos pelo governo) e uso de todas as linhas de crédito disponíveis para preservar o caixa. No último trimestre, a Petrobrás usou parte desse caixa para operações de redução de dívida, mas ainda assim conseguiu manter a poupança elevada.
No JBS, a melhora do desempenho permitiu elevar o caixa, fazer aquisições e ainda reduzir o endividamento em 2020 – cenário bem diferente de muitas empresas brasileiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.