• Meditação na montanha: em busca da paz interior

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  • Por Aghata Paredes

    Com uma postura confortável e, ao mesmo tempo, em estado de vigília, os olhos se fecham para dar lugar a um estado de observação interna e externa. Com naturalidade, pensamentos vêm e vão, enquanto a atenção é voltada para os principais canais de energia do corpo. 

    Foto: Divulgação

    Deu vontade de meditar?

    Thom Bello, iogue petropolitano, recorda da música “Montanha”, do Rei Roberto Carlos, enquanto compartilha suas experiências pelas inúmeras montanhas de Petrópolis. “Eu vou seguir / Uma luz lá no alto eu vou ouvir / Uma voz que me chama / Eu vou subir / A montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar (…)”  

    O Pico do Glória, com 1900 metros de altitude, é uma montanha que Thom guarda no coração. “Lá tem uma paz inconfundível.”

    O Medite na Montanha, projeto conduzido pelo petropolitano, surgiu em 2018. Naquela época, ele havia acabado de terminar sua primeira formação em Hatha Yoga e iniciava uma nova jornada, sua formação em Guia de Turismo com especialização em atrativos naturais. Apesar de ter se aproximado da Filosofia da Yoga recentemente, trilhar as montanhas sempre fez parte de sua vida. “Subia trilhas desde pequeno com o meu pai.”, conta.  Segundo ele, a meditação não é feita só no cume. A busca pela integração com a natureza começa no primeiro passo em direção à trilha. 

    Atualmente, o projeto conta com roteiros para todas as pessoas. Da trilha mais leve, como o Castelinho, Morro do Cortiço e Pedra do Quitandinha, até as mais exigentes – Maria Comprida, Castelos do Açu e Portais de Hércules.

    Foto: Divulgação

    Medit(ação)

    A meditação, segundo Thom, é a chave da autorrealização. “Ela é o ponto principal da Filosofia do Yoga, aliada aos estudos dos Vedas. Quando silenciamos, com a coluna ereta, de forma confortável, mergulhamos no nosso interior e buscamos o verdadeiro propósito para viver e evoluir.” 

    Segundo o iogue, existem diversas técnicas meditativas. Algumas delas são a repetição de Mantras; Japamalas (cordão de proteção/repetição); olhos abertos e atenção plena à respiração.

    Todo mundo pode alcançar a paz interior 

    Em tom de incentivo, Thom diz que todo mundo pode alcançar a paz interior. “Montanha é para todos. Yoga é para todos. Não importa se você sobe a montanha mais alta ou mais baixa, importa se o seu dia foi mais feliz e saudável. Não importa se você coloca os pés atrás da cabeça ou se você nem consegue se sentar de pernas cruzadas. Importa que você tenha disciplina e esteja se amando e se cuidando, para que você possa amar e cuidar do próximo também.”

    Como começar?

    O petropolitano dá algumas dicas para iniciar a meditação. A primeira delas é começar devagar. “O ideal é meditar todos os dias, ao menos 2 vezes, mas você pode começar com 5 minutos e ir aumentando esse tempo aos poucos. O mais importante é que você se sinta bem durante a prática.”, explica.

    Depois, Thom diz que é necessário encontrar um lugar confortável para se sentar. “Depois de escolher um local e o ajuste da sua postura meditativa, observe se você se encontra sem incômodos no corpo físico. Com a postura confortável e, ao mesmo tempo, em estado de vigília, feche os olhos. Esteja atento aos sons do ambiente em que você se encontra. Observe os sons externos e internos. Mantenha a respiração nasal e consciente. A respiração pode ser sua âncora dentro dessa técnica meditativa.”

    E se os pensamentos surgirem? 

    Pensamentos vêm e vão o tempo todo. Durante a meditação não é diferente. “Sempre que um pensamento chegar à sua tela mental, deixe-o seguir com naturalidade, voltando a atenção para o seu canais principais de energia – coluna vertebral, narina direita e narina esquerda. Observe com a mente, sem julgamentos, e filtre com o coração tudo que for positivo.”, conclui o iogue.

    Foto: Divulgação

    Questionado sobre o que enxerga de mais bonito em meditar nas montanhas da cidade, Thom não economiza palavras de gratidão. “Um lugar silencioso ajuda no seu processo meditativo. Meditar na montanha propicia uma conexão mais profunda, devido ao contato com a natureza e à sua beleza exuberante. Poder alcançar todos esses cumes, em busca dessa paz interior, e ter o privilégio de poder compartilhar isso com o próximo, é muito gratificante. Já dizia o Rei Roberto Carlos, em 1972, “Eu vou subir a montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar.” Isso é o mais bonito de meditar na montanha. É fortalecer a fé e se integrar com essa força maior, que faz parte de nós e rege o nosso planeta.”

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