• Meditação científica ajuda a controlar aceleração causada pela vida moderna

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  • 04/04/2016 09:15

    A busca pelo momento presente é um dos grandes temas discutidos na atualidade. O processo de globalização e a revolução tecnológica aceleraram o modo de viver dos indivíduos,levando-os a estarem sempre conectados com o futuro de uma forma assustadora. Esses fatores tem provocado, conforme aponta a Organização Mundial de Saúde(OMS), uma epidemia de doenças mentais. Por isso, tem sido desenvolvidas técnicas para buscar reverter esse processo. Uma delas, chamada Mindfulness, ou seja, atenção plena, tem sido discutida mundialmente. Segundo a neuropsicóloga Paula Amine Fogaça, trata-se de um processo de meditação científica, que pode trazer bons resultados.Para os interessados sobre o assunto, haverá uma pesquisa na Universidade Católica de Petrópolis (UCP) nos próximos dias 4, 5, 6 e 7, entre 16h e 17h30.Na ocasião será ministrado um treinamento breve da meditação baseada em Mindfulness na Cognição Social. O encontro acontece  no Campus da Benjamin Constante é voltado apenas para universitários, que poderão converter o treinamento em 6 horas de atividades complementares na faculdade. O treinamento é gratuito. Na ocasião,os participantes participarão do trabalho de meditação.Paula, que também é mestranda da UCP, explicou que a meditação científica vem sendo experimentada pela ciência há 50 anos. O resultado do processo,segundo ela, é a melhora da concentração,atenção, em lidar coma dor e também ajuda na memória do trabalho. A técnica principal consiste em fazer a mente observara própria mente de forma que estejamos conectados com o momento presente”, disse.No início, deve-se destinarpoucos minutos à prática, de 3a 5 minutos, por exemplo. Como tempo, chega-se a 30 ou 45 minutos. O ideal, segundo a especialista,é dedicar-se pelo menos duas vezes por dia à técnica: de manhã e à noite. “A disciplina é o grande desafio. É importante ter a consciência de que não tem que querer fazer, tem que fazer!”,salientou, acrescentando que atualmente se vive um momento que as mentes estão agitadas por si só. “Há um hiper estímulo,principalmente com a presença dos smartphones. Bebês, crianças e adultos precisam aquietar suas mentes. Houve uma perda da espontaneidade para explorar avida”, declarou.A meditação consiste, principalmente,em uma observação da mente, com uma atitude de aceitação e curiosidade. Para Paula, é preciso nesse momento se despir dos preconceitos e julgamentos –sentimentos que aprisionam. Ela aconselha ainda a buscar auxílio com profissionais da área ou até mesmo na internet e em livros. Aposição correta é a que a pessoa está sentada em uma cadeira, com os pés planos no chão, coluna e reta e confortável e o queixo com uma leve inclinação para baixo.Nesse momento, a língua toca o céu da boca e os olhos ficam fechados ou abertos, mas sem foco. As mãos ficam em cimadas pernas. “A meditação buscamanter a mente alerta aos estí-mulos. Não é um relaxamento”,disse. Segundo a especialista, é comprovado que pessoas que meditam captam mais o que acontece em um ambiente e também apresentam melhora da memória visual. “O objetivo é que a mente fique voltada para o momento presente. Isso ajuda a diminuir os pensamentos e as justificativas. Amente ansiosa, por exemplo, leva a um futuro incerto. E o único momento em que se pode mudar algo é o presente”.Ela disse ainda que há diferença entre a meditação científica e a espiritual. “No caso da científica,ela não requer uma crença,então pode ser aplicada a qualquer pessoa. O que une as duas é que ambas comungam pela cultura da paz”, comentou. Paula contou ainda que quando essa técnica chegou ao ocidente, ainda como movimento hippie, foram desenvolvidos diversos protocolos para atender pessoas em hospitais e nas escolas. “O futuro do trabalho de Mindfulness é que vire uma política pública, podendo ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, finalizou.

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