Médico petropolitano tem estudo publicado em revista internacional nos Estados Unidos
A artroplastia total do joelho (ATJ) – colocação de uma prótese – é uma opção de tratamento para pacientes com osteoartrite grave do joelho. A cirurgia é realizada mais comumente nos Estados Unidos, com quase 1 milhão de procedimentos feitos anualmente e a estimativa é de que chegue a 3,5 milhões em 2030. No Brasil, este tipo de operação teve um aumento exponencial nos últimos anos e deve crescer ainda mais, em decorrência da maior expectativa de vida e do crescimento da obesidade. Ambos os fatores contribuem para o desenvolvimento da osteoartrite grave.
Apesar do tratamento ser o mais indicado nos casos graves, até 20% dos pacientes não se mostrava totalmente satisfeito com o resultado. Diante disso, o médico ortopedista petropolitano, Frabrício Bolpato, conduziu um amplo estudo sobre o formato dos joelhos envolvendo centenas de pacientes. O trabalho resultou em sua tese de doutorado e foi publicado na revista internacional Public Library Of Science – Plos One. “Comecei a estudar o formato dos joelhos de homens e mulheres, pois acreditei que havia diferença anatômica entre os sexos, o que poderia explicar o grau de insatisfação após a colocação das próteses. Operei nesse meio tempo quase 300 pacientes, medindo os joelhos de cada um deles intraoperatóriamente, para saber quantos tamanhos diferentes de próteses seriam necessários”, explicou o especialista.
A causa mais comum de dores crônicas e disfunção do joelho é a osteoartrite, sendo hoje um grave problema de saúde pública. Por ser a maior articulação do corpo e responsável por movimentos complexos, os joelhos suportam grande carga e precisam estar sempre saudáveis. A Artroplastia Total do Joelho é um procedimento capaz de melhorar a dor e restaurar a função do paciente, mas seu índice de satisfação ainda pode ser aumentado. “As razões para isso são multifatoriais, mas a incompatibilidade do tamanho da prótese em relação ao osso aumenta significativamente a chance de dor e limitação funcional. Projetos de próteses específicas para cada sexo foram desenvolvidos a fim de superar esse problema, mas seu uso ainda é controverso. O objetivo principal deste estudo foi avaliar possíveis diferenças sexuais na forma do fêmur distal em pacientes com osteoartrite”, disse Fabrício.
O estudo levou o médico petropolitano, Dr. Fabrício Bolpato a passar oito semanas em Boston, nos Estados Unidos, onde pode observar o uso de implantes feitos sob medida para cada paciente, chamados customizados. “Estou muito otimista com o resultado das próteses customizadas e acredito que possa elevar de forma significativa o índice de satisfação dos pacientes. Estamos sempre em busca de aperfeiçoamento dos resultados e melhora da qualidade de vida dos doentes. Essa é uma missão primordial da ciência”, destaca o especialista.
Os portadores de osteoartrite precisam procurar tratamento, pois a doença eleva a chance de óbito em até 50%, devido ao uso indiscriminado de medicações e maior chance de quedas. Fique atento aos sinais dessa doença e procure seu médico o quanto antes.