• Medicina sem pressa

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  • 08/09/2017 12:50

    Acreditamos no mote que a abordagem centrada na doença, no check up regular, era o melhor caminho à boa saúde. Isso não é bem verdade. A iniciativa Cochrane, em 2012, publicou uma revisão que verificou se a realização de exames anuais reduzia morbidade e/ou mortalidade. Pasmem, não reduz. E, o pior, os sobrediagnósticos levaram os pacientes à condição de “doentes”, sendo submetidos a intervenções desnecessárias e, consequentemente, a mais danos do que benefícios.

    A soma explosiva de uma sociedade que deposita no consumo a sua felicidade, tecnologias em saúde no seu ápice e a doença como centro fizeram com que os profissionais de saúde fossem chamados à humanização. Quando um Ministério da Saúde, como aconteceu no Brasil, destina um capítulo, uma diretriz, uma frase que seja à convocação dos profissionais para a humanização do atendimento, parem as máquinas, está tudo errado. O valor já deveria ser intrínseco à arte do cuidar.

    Para romper com este processo que não é tupiniquim, é mundial, um movimento chamado Slow Medicine surgiu em Torino, Itália, em 2011, trazendo para o centro do cuidado o ator primordial – o paciente. 

    Possui no tripé “sóbria, justa e respeitosa” uma medicina que procura a abordagem centrada na pessoa, utilizando das evidências científicas para uma prática racional dos recursos em saúde. O movimento Slow Medicine vem se espalhando pelo mundo e, no Brasil, foi traduzido como medicina sem pressa. É conduzido por um grupo de profissionais que têm o geriatra José Carlos Campos Velho como um dos seus idealizadores mais atuantes.


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