Medicina levada a todos
A ciência, a cada dia, coloca à disposição da humanidade novos conhecimentos e métodos no combate a doenças, e, também, novos estudos e protocolos que estão aumentando os anos de vida, principalmente em países do primeiro mundo.
Como acompanhar tudo isso?
Os custos hospitalares, viga mestra dos pedidos de reajustes das operadoras, são hoje uma grande caixa-preta. Felizmente, assustou grandes corporações que oferecem planos de saúde aos seus empregados e disso resultou o surgimento de empresas que fiscalizam as contas hospitalares.
A maior delas, infelizmente, mantém seus dados sob sigilo.
Mesmo assim, foram descobertos casos exemplares, cuja divulgação interessa a todos:
Em 18% de casos de diagnósticos de sinusite, coisa que pode ser resolvida com uma radiografia de (R$33,00) foram feitas tomografias (R$ 240,00).
Em 30 mil contas emitidas entre 2013 e 2017, foram encontradas cobranças pelo uso de um equipamento hospitalar durante o período ao da internação do paciente. Valor do truque R$ 24 milhões de reais.
Em 2015, alguns hospitais fizeram 100% de suas 364 cirurgias de quadril usando material que encarecia em 64% o custo do procedimento. O uso do material seria razoável em 10% dos casos.
As operadoras acabam mal faladas porque vivem numa cultura de preguiça, sem discutir publicamente custos hospitalares
Basta lembrar que há dezenas de hospitais onde os pedidos de ressonância magnética superam a taxa com que trabalha, por exemplo, o hospital, paulista, Sírio-Libanês, uma referência em uso de tecnologia.
Equacionar a crise da saúde pública passa por novos métodos gerenciais e administrativos no SUS. Por mais que a palavra terceirização cause alergia ao funcionalismo público, não há como gerir a monstruosa máquina da saúde pública sem ajuda de técnicas da administração privada.
Um SUS eficiente atenderá uma parcela da população que termina seduzida pela adesão a planos de saúde “bons e baratos”, quase uma contradição em termos.
A medicina privada também precisa racionalizar sua operação, em busca de economias que devem reverter em benefício do usuário.
Tão melhor será o resultado de esforços deste tipo, quanto mais distante a saúde ficar de embates políticos, ideológicos e jurídicos, por mais válidos que todos sejam.
Muito já se falou da medicina preventiva, mas, na prática, pergunte a quem trabalha na área.
Afinco e dedicação são exemplos de poucos.
Quando D. Dilma trouxe os mais de 10 mil médicos cubanos, o Conselho Federal de Medicina foi contra, mas nunca deu uma solução, para que os profissionais formados em universidades públicas, pagas com o suor do povo brasileiro, dedicassem pelo menos um ou dois anos, atendendo a nossa população pobre, aliás, a mesma população que pagou seus estudos. Uma vergonha!
Em Petrópolis, já passou da hora de seus governantes conversarem com os dirigentes da nossa Unimed e entenderem, juridicamente e politicamente, o que ser feito em conjunto, dentro dos limites do município. O cooperativismo ainda é, afinal, a melhor saída para a nossa combalida saúde.