• MDIC vê cenário consistente para alta da importação neste ano e exportações afetadas por preço

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  • 04/abr 17:42
    Por Amanda Pupo / Estadão

    A queda no preço de mercadorias que são chave para as exportações brasileiras e uma economia interna mais aquecida, com revisões consecutivas do PIB, estão entre os principais fatores a explicar a revisão para baixo do saldo esperado para a balança comercial de 2024, explicou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, nesta quinta-feira, 4. No início do ano, o governo projetava que o Brasil iria fechar o ano com um superávit de US$ 94,4 bilhões, contra o recorde de US$ 98,9 bilhões de 2023. Com o novo cenário ajustado aos cálculos do MDIC, contudo, essa previsão caiu para US$ 73,5 bilhões de saldo, uma redução de 25,7% sobre o número do ano passado.

    “O preços das mercadorias estão em queda, como é o caso do petróleo, soja, minério”, disse Brandão, lembrando do grande peso que esses itens têm na balança comercial, uma vez que a pauta exportadora não é muito diversificada. Agora, a pasta espera que as exportações somem em US$ 332,6 bilhões neste ano – queda de 2,1% em relação a 2023. A projeção inicial, de janeiro, previa exportações de US$ 348,2 bilhões – número maior que o do ano passado, quando as vendas somaram US$ 339,7 bilhões. A demanda externa menos aquecida também explica uma expectativa menor para as exportações do ano, lembrou Brandão.

    “Tem demanda mundial caindo lentamente. O volume importado pelo mundo apresentou estagnação no ano passado”, pontuou Brandão, lembrando ainda que as exportações para a Argentina, que sofre uma crise econômica, caem mês a mês. “Argentina é um fator de risco”, disse. Ele ponderou, por sua vez, que o preço das mercadorias é muito volátil e que, portanto, o cenário para as exportações brasileiras em 2024 é mais incerto, em comparação com as projeções para as importações.

    No caso das compras, ressaltou Brandão, há um reflexo do aquecimento da economia interna. “Com constantes revisões do PIB para cima, é natural que o Brasil consuma mais bens importados”, disse o diretor de Estatísticas, que vê um cenário “bem consistente” para o crescimento das importações neste ano. “O câmbio real vem apreciando, o que influencia também em expectativa maior de importação”, disse.

    Agora, a expectativa é de que as compras somem US$ 259,1 bilhões em 2024, alta de 7,6% na comparação com 2023. Inicialmente, o MDIC projetava US$ 253,8 bilhões em importações. No ano passado, esse número fechou em US$ 240,8 bilhões.

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