Mausoléu da Família Imperial é revitalizado pelo projeto de restauração da Catedral
Entre as inúmeras obras de arte que compõe a Catedral São Pedro de Alcântara de Petrópolis, o Mausoléu da Família Imperial chama atenção de todos os visitantes por guardar os restos mortais do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina e da Princesa Dona Isabel e seu esposo, Conde D’Eu. Uma grade impede que os visitantes cheguem perto das sepulturas, onde estão esculpidas em mármore de carrara as figuras do imperador, da imperatriz, da princesa e do seu esposo.
Com objetivo de valorizar ainda mais este monumento histórico e da Família Imperial, o projeto de Revitalização da Catedral de Petrópolis e Implantação da Galeria de Arte Auto Expositiva realizou a limpeza e restauração de todo o mausoléu. Durante quatro meses, as restauradoras Poliana Reis e Luciana Lopes trabalharam no jazigo dos imperadores, esculpidos por Jean Marie Joseph Magrou e Hildegardo Leão Veloso.
Antes de iniciar o trabalho de limpeza elas realizaram um estudo sobre o material que poderiam usar, pois como afirmaram, tudo devia ser realizado sem causar nenhum dano ao monumento, mas valorizá-lo. Todo o jazigo, assim como tudo que compõe o Mausoléu foi cuidadosamente limpo e alguns exigiram das restauradoras um trabalho maior, como a escultura da Princesa Isabel, cujo vestido é cheio de pequenos relevos que necessitam ser limpos um a um.
Para Poliana Reis e Luciana Lopes, trabalhar na restauração do Mausoléu da Família Imperial foi muito importante, assim como todo trabalho realizado para revitalização da Catedral de Petrópolis. Durante o processo de limpeza do Mausoléu, as restauradoras receberam a visita do coordenador geral da obra da Catedral, Dom Gregório Paixão, OSB, que destacou o trabalho realizado por elas. Além de todo material fotográfico sobre o processo de limpeza e todas as etapas e estudos realizados foram cuidadosamente registrados em relatório para arquivo histórico.
Ao longo do processo de limpeza, algumas pessoas visitaram o Mausoléu e tiveram a oportunidade de acompanhar o trabalho de Poliana Reis e Luciana Lopes. O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Rio de Janeiro, Olav Antônio Schrader foi uma das pessoas que conheceu o trabalho das restauradoras, assim como alunos de cursos de Arquitetura.
O Mausoléu da Família Imperial na Catedral São Pedro de Alcântara foi um desejo da Princesa Dona Isabel, como conta Dom Gregório Paixão, OSB, em seu livro “A Catedral de Petrópolis – Santuário da Memória da Cidade Imperial”. Os ossos do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina foram colocados nos sarcófagos preparados para eles, no dia 5 de dezembro de 1939, com a presença do presidente Getúlio Vargas, ministros de Estado, descendentes da Família Imperial, autoridades e a população. Os restos mortais da Princesa Dona Isabel e seu esposo, Conde D’Eu somente vieram para Petrópolis, para serem depositados no Mausoléu Imperial, no dia 13 de maio de 1971.
O Mausoléu da Família Imperial não é apenas uma atração turística. É o local onde estão sepultados para eternidade os restos mortais de personagens que amaram o Brasil e Petrópolis e, não haveria local melhor para que ficassem, senão a Catedral de Petrópolis, pois, além de serem os patrocinadores principais da obra de sua construção, sempre se declararam pessoas de fé em Deus. Agora restaurado, o Mausoléu recupera o brilho de sua inauguração e se no passado homens trabalharam arduamente para sua construção, hoje, duas mulheres deram seu talento para revitalizá-lo.