• Mato alto evidencia abandono de prédio que abrigaria Academia dos Bombeiros

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  • 19/01/2018 09:45

    Moradores da Fazenda Inglesa reclamam do abandono no prédio que estava sendo reformado para abrigar a Academia de Bombeiros Militar Dom Pedro II – uma espécie de escola de oficiais. As obras no imóvel foram paralisadas há mais de um ano e meio, e sem ninguém tomando conta, a futura academia acabou se tornando uma preocupação para os habitantes da região.

    Do lado de fora o cenário é de abandono. O mato chega a mais de 1,5 metro de altura em alguns pontos, e esconde grande parte da estrutura. Apesar dos tapumes e das grades altas nas laterais, o portão principal não é obstáculo para possíveis invasões. O lanterneiro Joséas Queiroz, de 56 anos, disse que já viu um grupo de adolescentes dentro do imóvel. "Por várias vezes eu passei aqui voltando pra casa e vi gente ali dentro. Lanterna, celular aceso, fumaça subindo. Coisa boa não era. E em duas dessas vezes tinha gente pulando o portão. Mas você não pode fazer nada. Eu ia até chamar a atenção deles, mas minha esposa me segurou aqui. E ela está certa. Se estão invadindo um prédio, um local fechado, coisa boa não querem fazer", explicou Joséas. 

    A instalação da unidade foi anunciada em 2013. Na época, o espaço custou ao governo do Estado, R$ 4,4 milhões. A previsão inicial de funcionamento era 2014. O local estava sendo completamente revitalizado e, inclusive, os prédios já foram pintados, mas com a falta de verba e a crise econômica que assola o estado desde aquela época, a viabilidade do término da obra acabou se tornando muito difícil. Na época do início da paralisação, o então comandante do Corpo de Bombeiros – Agostinho Cequeira chegou a falar sobre o que ainda precisava ser feito. "As obras pararam por causa da crise financeira do Estado. A primeira fase que incluía a reforma dos alojamentos e refeitórios foi concluída nesse mês e a segunda fase, que prevê a estruturação do espaço para atividades físicas ainda não teve início”, disse, em entrevista à Tribuna no ano de 2016. 

    O espaço conta com mais de 30 mil metros quadrados e estava sendo transformado num complexo para as aulas teóricas, preparação física para combates a incêndios e resgates, simuladores de fumaça e de outras situações de risco. O plano incial previa a construção de 120 alojamentos. A escola será um estabelecimento de ensino superior do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente os cadetes passam por aulas em Guadalupe e se formam na Escola de Oficiais que fica na Zona Norte do Rio. Com a academia em pleno funcionamento em Petrópolis, todos os militares do Estado poderão ser atendidos, e a previsão é de que todo o treinamento passe a ser feito em Petrópolis. Por isso o término da obra é importante para a cidade, já que vai incentivar a economia da região. 

    A Tribuna entrou em contato com o comando geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, por meio da assessoria de imprensa, questionando sobre a situação, e perguntando sobre possíveis novos prazos para conclusão da obra. O jornal questionou também o Governo do Estado sobre o caso. No entanto, até o fechamento dessa reportagem não obtivemos resposta. 


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