Marinho: BC tem de avaliar a possibilidade de não executar alta de 1 ponto na Selic em março
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, classificou como “absurda” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de indicar uma elevação de 1 ponto porcentual na taxa Selic na sua próxima reunião, de março. Na quarta-feira, o colegiado elevou os juros de 12,25% para 13,25%, e manteve a sinalização de uma elevação da mesma magnitude na reunião seguinte.
“Sinceramente, continuarei crítico a essa decisão e não entendo por que já há um novo contrato de um novo aumento dos juros. É um absurdo, na minha avaliação”, disse Marinho, em uma entrevista coletiva para comentar os dados do Caged de dezembro. “É preciso que a direção do Banco Central avalie, reavalie a possibilidade de não executar isso que você chamou de aumento ‘já contratado’ por mais um ponto.”
Marinho poupou o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de críticas mais contundentes. Na avaliação dele, o Copom “não tinha muito como sair” da elevação da taxa Selic promovida na quarta-feira. Na reunião anterior, de dezembro – ainda na presidência de Roberto Campos Neto -, o comitê havia indicado que aumentaria os juros em 1 ponto porcentual em janeiro e março.
“O que nós não podemos é entrar nessa esfera de continuidade, como algumas pessoas falaram ontem, de uma certa armadilha deixada. Agora, o presidente Galípolo e sua equipe, sua diretoria, vão ter que assumir a responsabilidade de trabalhar para não entrar na mesma rotina de aumento de juros que vai sangrar e sacrificar o orçamento público”, disse o ministro.
Marinho disse que “nunca falou mal” do Banco Central e reiterou que a elevação da taxa Selic era esperada. O ministro disse que a elevação dos juros pode ter tido impacto no mercado de trabalho em 2024, citando o fechamento líquido de mais de 530 mil vagas em dezembro, o maior da série do Novo Caged.
Marinho acrescentou que a economia o Brasil é “saudável” e que o País não tem dificuldade de garantir seus compromissos.
Ele afirmou, ainda, que o salário brasileiro é “baixo” e, por isso, pode continuar crescendo sem gerar inflação.