• Março já tem dobro de mortes pela covid que a tragédia do Vale do Cuiabá

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  • 07/04/2021 02:44

    Com mais 40 mortes confirmadas em apenas dois dias – 27 apenas ontem – Petrópolis assiste uma das maiores tragédias que não decorre de chuvas.  Já são 156 mortes apenas em março, o mês das águas – que deram uma trégua este ano. Mas, não significa que a cidade deixou de sofrer. Se não houve soterrados em barreiras temos o maior índice de mortos desde o início da pandemia. Se comparar com 2011 com o mês de março, temos duas vezes mais mortes do que a tragédia do Vale do Cuiabá que tirou a vida de 73 pessoas. São 5 mortes por dia pela covid em março. E ainda pode crescer mais este número, visto que mais 44 óbitos suspeitos ainda são investigados e podem ser confirmados.

    Medidas restritivas

    Mas, mesmo assim e ainda com o índice de ocupação de UTIs superior a 95% todo o tempo nas últimas semanas, a prefeitura decretou o lockdown meia boca com indicativo que ainda poderia flexibilizar ainda mais esta semana. Petrópolis não tem um índice de isolamento para se basear e saber se o pseudo lockdown dá resultados. Se observarmos apenas as taxas de ocupação dos hospitais já se constata que não tem funcionado. Lockdown tem que ser preciso, amplo, fiscalizado e ter a adesão da população.  E mais: a cada vez que anuncia mais medidas restritivas ou flexibilização, a prefeitura não apresenta um número em que tenha se baseado, nem mesmo a taxa de letalidade e de incidência, superiores à media do país são citadas nestas decisões.

    Situação dramática

    Um leitor da coluna passou 12 horas à espera de uma internação na UPA de Cascatinha. Ficou todo o tempo em uma cadeira de rodas. Com 75% do pulmão comprometido, quando conseguiu finalmente a internação foi direto para a UTI.  Outras pessoas estão enfrentando a mesma dificuldade em atendimento.

    Na linha de frente

    A situação na UPA de Cascatinha e demais portas de entrada de atendimento para a covid-19 é tão dramática que o próprio secretário de Saúde, Aloísio Barbosa, tem estado nos locais. E não como secretário. Tem ido como médico ajudar a atender.  Aloísio foi voto vencido nas decisões da gestão Hingo Hammes porque ele era favorável a um lockdown de fato.

    Henry Kappaun e sua lente sensível em capturar o dia a dia da cidade.

    Redução de salários

    Sargento da PM, Gilberson Ribeiro Cardoso, apresentou segunda-feira uma indicação para que a Câmara de Vereadores vote redução de 30% sobre os salários dos vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais em Petrópolis durante a pandemia de coronavírus.  Por baixo, a economia beira R$ 500 mil se também forem incluídos alguns cargos em comissão. Gilberson foi candidato a vereador pelo PSL e diz que quer fazer o papel de 16º vereador mesmo sem ter sido eleito.

    Off

    Enquanto isso, a Câmara de Vereadores também suspendeu as atividades esta semana. Nem mesmo as sessões plenárias remotas serão realizadas.  Tem apenas atendimento nos gabinetes. Partisans têm achado vereadores muito distantes das últimas decisões tomadas pela gestão Hingo Hammes, principalmente os da base do governo.

    Cemitérios

    Em São Paulo, a prefeitura tem pronto um plano de contingenciamento para os cemitérios caso ultrapasse a marca de 500 sepultamentos por dia. Em Petrópolis o normal são uns oito diários, mas agora com o agravamento da pandemia tem dias que bate 15.

    Vai dar trabalho

    Anotem e confiram como vai ser dureza: logo após a vacinação de uma parcela expressiva da população vai começar uma nova batalha: convencer os vacinados a continuarem com distanciamento e máscaras. Porque a maioria acredita que estando vacinado não contrai mais a doença. Contraí, sim, mas os sintomas podem ser mais leves e a pessoa, assintomática, continuar transmitindo a covid.

    Contagem

    Petrópolis está há 97 dias sem prefeito eleito pelo povo.

    Mais apoio

    É grande a quantidade de ambulantes no Centro Histórico e também nos distritos. Não que estejamos cobrando qualquer fiscalização neste momento de crise, afinal, as pessoas têm que se virar. Mas sinaliza que é preciso o governo apoiar mais a todos.

    Não decola

    E o distrito industrial da Posse? Às vésperas das eleições em 2020 se falava que havia 20 empresas já sondando para se instalar no local. Passados quatro meses ninguém mais toca no assunto.

    Tudo igual

    Por outro lado as aglomerações continuam. Podem até não estar sendo divulgadas nas redes sociais, mas continuam. Principalmente as reuniões familiares. Na cabeça das pessoas ir à casa dos pais, dos avós, dos irmãos e por aí vai não tem risco…

    A gente já falou que ama o Vale das Videiras? Esta é de lá, da grife de José Renato Lisboa Cordeiro.

     Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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