• Mão ou contramão

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  • 23/ago 08:00
    Por Afonso Vaz

    Há alguns dias, após deixar o consultório dentário, parti em caminhada de volta à casa, passando, ainda, por pontos comerciais situados na Rua 16 de Março.

    ​E assim agindo, primeiramente saboreando um café bem quente, de forma a me aquecer em razão do extremo frio que se abatera sobre nossa cidade a partir do mês de junho, continuando a persistir durante aquela manhã; logo após, dirigi-me à farmácia e depois uma rápida corrida ao banco.

    Em razão da baixa temperatura que incomodava certamente os transeuntes, e já retornando à casa, constatei que havia esquecido minha pasta na agência bancária da qual me retirara há poucos instantes.

    ​A primeira surpresa: felizmente, achei-a, acabando por acelerar o passo de modo chegar à casa para o almoço que já deveria estar servido.

    ​Durante o trajeto, de volta a citada rua, caminhando pela beira da calçada fui me deparando com amigos aproveitando o ensejo para rapidamente trocarmos algumas palavras. Mas o tempo urgia e o relógio já marcava treze horas.

    ​A caminhada prosseguiu pela mesma calçada agora já bem molhada ante a chuva que já havia iniciado.

    ​Todavia, neste ínterim, surgiu a segunda surpresa, porém desagradável: fui parado por uma senhora, já um tanto idosa mas parecendo-me lúcida, segundo pude constatar num primeiro momento.

    ​Entretanto, para meu espanto, a referida senhora dirigiu-se a mim de maneira irritadiça, afirmando que eu estava “a caminhar pela contramão”.

    ​Um tanto espantado afirmei, com delicadeza: senhora, não estou entendendo sua ponderação, mas a mesma confirmou tentando me convencer que estava realmente caminhando na calçada pela mão errada, na verdade, inteiramente plena de passantes.

    ​A partir desse momento, ante os argumentos da mesma e não desejando contrariá-la, propus que trocássemos os lado de nossas caminhadas, tudo sob um riso “amarelo” da transeunte.

    ​Decidi adotar esta atitude de modo a não permitir que o desagradável evento persistisse.

    ​Já em casa, dias após, uma pessoa que acompanhara de perto tais conversações, encontrando-se comigo, fez me relatar que tal figura, realmente, se tratava de uma pessoa desequilibrada. 

    ​Tudo isso me fez lembrar uma trova que meu pai escreveu nos idos de 1978.

    “A qualquer um, com desvelo,

    procures fazer o bem.

    Se não puderes fazê-lo

    não faças mal a ninguém.”

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