• Mais um deslizamento na Rua Uruguai

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  • 03/02/2017 18:45

    Parte do dique construído na Rua Uruguai, no Quitandinha, para conter água e terra na área onde houve um grande deslizamento em novembro, cedeu na noite de quinta-feira (2), durante as fortes chuvas que ocorreram na cidade. A barreira bloqueou metade da pista. O local já estava interditado desde a tragédia, que deixou dois mortos, mas havia previsão de desinterdição da via em breve. 

    Cinco funcionários e um encarregado da empresa Erwill, que já havia encerrado a primeira etapa das obras, trabalharam durante todo o dia para remover a lama utilizando pás e enxadas. 

    Diogo Gonzalez, que morava bem em frente ao local da tragédia, voltou ontem de manhã para ver se havia mais algum estrago por causa do deslizamento. Por sorte a barreira não atingiu o muro que ele construiu recentemente. “Pensei que tinha caído tudo no meu muro. Fiquei preocupado quando soube, mas graças a Deus não aconteceu nada”, contou.

    O deslizamento acabou aumentando a preocupação de moradores próximos sobre os riscos na região. O motorista Márcio Freitas, primo de Diogo, mora a poucos metros do local do desplacamento de novembro e disse que área precisa de mais atenção. “Eles construíram um dique raso, pequeno, debaixo de uma pedreira enorme que tem rochas desplacadas, soltas, prontas para cair. Disseram que estava tudo pronto, gastaram quase R$ 1 milhão pra fazer isso, e quando entregaram a obra, falando que iam liberar a rua, parte dessa parede caiu e tampou metade da via de novo”, criticou.

    Para Márcio, a obra não é adequada e não oferece segurança. “Eles estão fazendo isso sem retirar as pedras penduradas lá em cima. Isso aqui não segura pedra nenhuma, tanto que já caiu até sozinho, só com a chuva. Eu tenho esposa, pai, filho, tudo morando perto. São pessoas que vão passar aqui todos os dias quando a rua estiver liberada. Nós queremos segurança. Não dá pra brincar com a vida”, completou.

    No local, funcionários da empresa explicaram que o dique tem 2,5 metros de profundidade e que servirá para segurar possíveis novos rolamentos de pedras. Além disso, segundo ele, o muro é provisório, até que a obra maior, de contenção da encosta, seja realizada. 

    Por todo o canteiro de obras é possível ver um fluxo de água muito intenso, passando não só pelos canais de drenagem como também por toda a extensão da bancada de barro. Os restos do muro da residência preocupam os moradores. “Será que precisa mesmo aproveitar esses pedaços do muro? Não me passou confiança. Precisam dar mais atenção ao nosso bairro antes que aconteçam mais tragédias como esta”, completou Márcio.

    Segundo o funcionário da empresa, já existe um canal de drenagem, mas devido à grande quantidade de chuva, a água acabou extravasando e levando parte do barro e das pedras. 

    A Prefeitura disse, por meio de nota, que o deslizamento não compromete estruturalmente a intervenção realizada no local. "Não houve desplacamento da montanha", explicou. A Secretaria de Obras disse ainda que já acionou a empresa responsável pelas obras, que iniciou, ainda ontem, a limpeza e o restabelecimento da encosta. O órgão disse ainda que não houve interdições no ocorrido.

    Relembre o caso

    A morte de duas pessoas que foram soterradas por toneladas de pedras, na Rua Uruguai, aconteceu em 14 de novembro do ano passado. Cinco casas foram atingidas .Depois da ocorrência, a Erwill foi contratada para fazer os reparos emergenciais, incluindo o desmonte e retirada das pedras, além de montar um dique para amortecer novos deslizamentos.  Tudo isso custou R$ 910 mil de recursos federais e mais R$ 427 mil do município. Antes do deslizamento de ontem, a técnicos da Secretaria de Obras e da Defesa Civil estiveram vistoriando o local, e a empresa havia dada a obra como encerrada. Atualmente 25 imóveis próximos estão interditados, e a rua está fechada.



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