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  • 06/03/2018 12:25

    No próximo dia 8 de março, comemoraremos o Dia Internacional da Mulher e teremos uma semana de homenagens e reflexões sobre a mulher na atualidade. De modo geral, a escolha do dia 8 de março é atribuída ao incêndio em uma fábrica têxtil nos EUA, em 25 de março de 1911, quando cerca de 130 funcionárias morreram carbonizadas, chocando e ampliando a discussão sobre as precárias condições de trabalho às quais eram submetidas a trabalhadoras, desde a Revolução Industrial. No entanto, a luta feminina por igualdade de direitos e pelo fim do trabalho infantil remonta ao fim do século XIX, quando movimentos na Europa e nos EUA buscavam acabar com aquela exploração. 

    Entre o início das organizações femininas, nascidas dos movimentos operários ainda no fim do século XIX, até a ratificação pela ONU em 1977, do dia 8 de março, como o Dia Internacional da Mulher, o caminho foi longo. Décadas de manifestações, protestos, greves, conferências, movimento das sufragistas, dentre outras mobilizações formaram o referencial para nós, mulheres do século XXI. O exemplo ao qual me refiro é o da mobilização e da representatividade em busca de um objetivo. Nossas predecessoras operárias buscaram melhores condições de trabalho como a redução da jornada de trabalho – a média era de 15 horas por dia -, salários equivalentes aos dos homens, condições de salubridade, respeito à maternidade, enfim, direitos negados naquela época. 

    Hoje, nós também podemos ampliar nossas conquistas, nos mobilizando e nos fazendo representar como protagonistas da nossa história. Acredito que o caminho mais eficaz para este objetivo é a presença forte da mulher na política. Temos deixado que esta lacuna nos afaste dos principais centros de decisões do país, pois apesar de representarmos 51,5% da população brasileira, no pleito de 2014, apenas 51 mulheres se elegeram em um total de 513 cadeiras para a Câmara dos Deputados. No Senado, das 27 cadeiras fomos eleitas para 5. Governadora, apenas 1 dentre os 26 estados da Federação e o Distrito Federal. Nas assembleias estaduais, são 938 homens e 121 mulheres. Entre os 57.814 vereadores eleitos em 2016, somamos apenas 7.803 parlamentares. Entre as prefeitas, somos 638 distribuídas pelos 5.570 municípios brasileiros. No Judiciário, 37,3% dos magistrados são mulheres. 

    Os números falam por si e retratam uma realidade que precisamos mudar. Poderemos contribuir para o Brasil digno do lema Ordem e Progresso, se não estamos presentes em importantes discussões e decisões do país? E, ainda,  como lutar por igualdades de oportunidades e de direitos, pelo fim da violência doméstica, pelo fim da discriminação e preconceitos se continuam a decidir por nós? Petrópolis tem na história da sua representação legislativa apenas quatro mulheres na Câmara Municipal, das quais, apenas eu fui reeleita. Proponho então uma reflexão sobre como aumentar a participação cada vez maior da mulher na política, disputando eleições, buscando através das urnas representar a população brasileira. Por isso, peço que não se intimidem diante das dificuldades, dos “nãos” que tanto ouvimos e às vezes nos impedem de avançar. Vamos criar uma nova consciência política no Brasil, a partir da nossa efetiva participação.

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