Mais importante é fazer a reforma tributária possível, afirma Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse para uma plateia de empresários e investidores que o mais importante agora sobre as mudanças no sistema tributário do País é fazer “a reforma possível”, com simplificação e segurança jurídica e sem aumento da carga. “O que nós temos que fazer é fazermos a reforma possível para o momento, que simplifique, que desburocratize, que não aumente a carga tributária, que dê segurança jurídica”, disse Lira em palestra no evento CEO Conference, promovido nesta terça-feira em São Paulo pelo BTG Pactual. “Nós vamos para essa discussão, mas numa discussão de uma PEC possível. Aí você pode falar: o ideal. O ideal é o que a gente conseguir aprovar seguindo esses parâmetros”, reforçou.
Lira lembrou que, na segunda-feira, o assunto foi discutido em reunião na residência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que contou também com a Casa Civil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e técnicos do Senado e da Câmara.
“Vamos tocar a partir da próxima semana, já com a indicação de relatores, a reforma da renda, com projetos de lei, com quórum infraconstitucional, de maioria simples, discutindo a CBS, discutindo IR de pessoa física e jurídica, dividendos, discutindo o IPI seletivo, se for o caso agora ou na PEC, discutindo o passaporte tributário, ou com algum viés aí para as micro e pequenas empresas também”, anunciou Lira. “Mas discutindo também o texto da PEC, que é a reforma do consumo, onde vão gerar ali maiores turbulências com relação às discussões de ICMS, ISS, e outras afinidades também que são pertinentes aos entes federativos e ao mercado, como um todo”, explicou.
Na segunda-feira, depois da reunião, Pacheco já havia detalhado como o fatiamento da reforma irá funcionar. “A reforma constitucional em matéria tributária caberá ao Senado tramitar, assim como o programa de regularização tributária, o novo Refis, para poder socorrer pessoas físicas e jurídicas nessa regularização tributária”, disse.
Conforme ele explicou, a Câmara ficará incumbida dos projetos de iniciativa do Executivo enviados ao Legislativo, como a discussão da base de incidência de Imposto de Renda, IPI, PIS e Cofins. “Há uma comunhão de esforços entre as duas Casas, devidamente alinhadas com o Executivo, para que possa haver a mais ampla possível reforma tributária”, disse o presidente do Senado.